Circo di SóLadies leva palhaçaria feminista ao Sesc Santo André

O Circo di SóLadies faz uma grande mostra de repertório no Sesc Santo André, com entrada gratuita.
Até o dia 29 de dezembro, todo domingo, sempre às 16h, o grupo formado por mulheres apresenta quatro espetáculos diferentes, convidando todos para um encontro com a arte da mulher palhaça, além da reflexão sobre o empoderamento feminino e questões de gênero.

Em “Choque-Rosa ou Com que Armas Lutamos?”, elas desafiam o lugar destinado às mulheres na sociedade
Créditos: Carla Lima
Em “Choque-Rosa ou Com que Armas Lutamos?”, elas desafiam o lugar destinado às mulheres na sociedade

A Mostra de Repertório do Circo di SóLadies começa no dia 8 de dezembro, com a apresentação do Bloco Unidas Seguiremos. Este bloco de carnaval de palhaçaria feminina tem como objetivo reinventar antigas marchinhas, muitas vezes de cunho machista, alertando para igualdade de gênero e valorizando a potência de tudo o que se levanta como gênero feminino. O Bloco Unidas Seguiremos é composto por mulheres palhaças musicistas que tocam instrumentos típicos do carnaval.

Um grupo de palhaças sai do circo para brincar no carnaval e se dão conta do machismo contido nas marchinhas
Créditos: Carla Lima
Um grupo de palhaças sai do circo para brincar no carnaval e se dão conta do machismo contido nas marchinhas

No dia 15 de Dezembro, o grupo apresenta “Choque-Rosa ou Com que Armas Lutamos?” espetáculo criado a partir da pesquisa sobre a história de mulheres brasileiras e o impacto de seus feitos na sociedade, lidando com a violência gerada pelo machismo e o patriarcado. Utilizando a palhaçaria feminina, as artistas misturam técnicas circenses com a linguagem lúdica e cômica para refletir e alertar para igualdade de gênero, valorizando o protagonismo, o poder e a força da mulher.

As quatro palhaças se veem obrigadas a se aventurar no tão temido FORA, um lugar que não foi feito para elas, onde mulher nenhuma pode se aventurar. Será?
Créditos: Carla Lima
As quatro palhaças se veem obrigadas a se aventurar no tão temido FORA, um lugar que não foi feito para elas, onde mulher nenhuma pode se aventurar. Será?

Já no dia 22 é a vez do espetáculo “Estupendo Circo di SóLadies”. Este espetáculo circense feito por mulheres palhaças mistura cenas clássicas do circo tradicional, músicas, poesia e contos de fadas, alertando para igualdade de gênero e valorizando a potência da mulher.

A adaptação de cenas clássicas do circo tradicional, música, poesia e interação com a plateia compõem as apresentações de “Estupendo Circo di SóLadies”
Créditos: Danilo Ferrara
A adaptação de cenas clássicas do circo tradicional, música, poesia e interação com a plateia compõem as apresentações de “Estupendo Circo di SóLadies”

Em 29 de Dezembro, o Circo di SóLadies encerra a mostra com a apresentação de “A Tenda”, que une a comicidade da mulher palhaça, mistério, música, paródias e muita criatividade para tratar de temas importantes no que diz respeito à questões de gênero, como é o caso da violência doméstica.

Com uma equipe formada por mulheres, o grupo utiliza camadas simbólicas e surpreende o público por tratar de temas que geralmente são considerados complexos, com muita delicadeza e poesia. Através do riso, inspiram reflexões importantes sobre a potência da mulher, dialogando e envolvendo o público de todas as idades, divertindo crianças, jovens e adultos.

Um Circo feito por mulheres para todos os públicos

Idealizado por Lilyan Teles e Tatá Oliveira, o Circo di SóLadies surgiu em 2013 a partir das inquietações em relação a desigualdade de gênero e da percepção de que havia ainda um pequeno espaço dado à mulher tratando-se de comicidade e linguagem do palhaço. Em 2016, juntam-se a elas as artistas Kelly Lima e Verônica Mello, ampliando o repertório do grupo.

Feito por mulheres – palhaças, atrizes, musicistas, pesquisadoras e realizadoras – para todos os públicos, é um circo em que as artistas desenvolvem o repertório através do improviso e do jogo cênico com elementos fundamentais para a conexão e interação com o público, a conquista do estado da graça, do riso e da reflexão sobre o papel da mulher na sociedade.