Bancos de leite materno precisam até seis vezes mais doações
Nos bancos de leite materno são doados 186 mil litros anualmente, enquanto a necessidade real chega a mais de 1 milhão de litros – o triplo da meta do governo. Milhares de prematuros não são amamentados exclusivamente nos primeiros seis meses, elevando o risco de morte até os 5 anos em até 13%. Por ocasião da Semana Mundial da Amamentação 2015 (1 a 7 de agosto), uma pesquisa do Trocando Fraldas investiga motivos da falta e os hábitos de amamentação das mães brasileiras.
Uma região de 250 mil habitantes precisa de 120 litros por mês para alimentar apenas os bebês da UTI neonatal. Poucas cidades, como Brasília, atingem esta meta mínima. Um dos motivos é que 86% das mães nunca doaram leite materno. Mais da metade delas não está ciente do assunto ou não tem acesso a um dos mais de 343 bancos e postos de coleta.
Seis por cento das mães substituíram o leite materno por fórmulas e quase um quarto terminou a amamentação precocemente, contribuindo assim para a falta de doações. Um terço das mães já introduziu outros alimentos antes dos 180 dias de vida. Uma explicação está nos problemas frequentes como mamilos rachados, que afetam mais da metade.
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Existem diferenças regionais e entre os estados. No Centro-Oeste e no Sul há mais doadoras, enquanto no Nordeste nem 10% chegam a doar. As mães do Norte recorrem menos a fórmulas e amamentam por mais tempo. A região Sudeste está geralmente próxima das médias nacionais.
A pesquisa foi realizada através de um questionário com 5 perguntas acrescentado no final de cada post do site entre os dias 2 e 13 de julho de 2015. A participação das 513 entrevistadas foi voluntária e aleatória.