Projeto valoriza a alma encantadora das vielas de São Paulo

Por Cecília Garcia, do Promenino, com Cidade Escola Aprendiz.

6ª Vielada Cultural.

Se tudo tem alma, a das ruas é encantadora. O escritor João do Rio já dizia, no seu livro quase homônimo à primeira frase, A Alma Encantadora das Ruas: “A rua é a eterna imagem da ingenuidade; para ela como para as crianças a aurora é sempre formosa, para ela não há o despertar triste, quando o sol desponta e ela abre os olhos esquecida das próprias ações, é no encanto da vida renovada”. A rua, tão ou mais larga que uma escola, está sempre aberta para receber quem quer nela sentar, brincar e aprender.

As ruas da comunidade do Morumbizinho serpenteiam ao longo da Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo. Elas são estreitas, e às vezes desembocam como rios em becos, escadarias ou ladeiras. As crianças as ocupam, sempre suas legítimas donas, no caminho para a escola ou jogando bola.

O poeta Giovani Baffô já foi uma delas e teve dificuldades para encontrar o lírico e o lúdico dentro de sua comunidade. Como qualquer bairro de periferia, o Jardim Boa Vista pressupõe deslocamentos: se o morador quer ir a um show, tem de atravessar pontes; se quer assistir um filme, deve pegar ônibus; se tem de dizer onde mora, diz que é no Butantã e não em uma das favelas da cidade.

Foi domando, conhecendo e trilhando as ruas, sem medo de suas mordidas e belezas, que Giovani teve a ideia de criar o coletivo Vie La En Close, misturando a sagacidade poética de Paulo Leminski com a música de Edith Piaf. É qualidade da rua, fazer todo mundo brincar junto: “A ideia é levar a arte para a comunidade. Tentar colocar o bairro na geografia artística da cidade e fazer isso com qualidade”, explica o poeta.

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