Restaurante gera polêmica ao dizer que criança não é bem-vinda

Mais um estabelecimento em São Paulo protagonizou uma história que envolveu muta discussão sobre as crianças em espaços ditos de adultos. “Aqui seu cão é bem vindo!!! Mas crianças favor amarra-las ao poste.” Essa frase foi escrita numa lousa que fica pendurada na fachada do Underdog, bar dedicado a carnes em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.

“Aqui seu cão é bem vindo, mas crianças favor amarra-las ao poste”.

Debora Oliveira, de 33 anos, fez um post em seu perfil no Facebook contando sobre a placa e expondo sua opinião sobre o assunto. Ela disse que já foi ao estabelecimento, foi bem atendida e gostou da comida, mas que acha um absurdo a posição da hamburgueria. “Se você enche a boca para falar que odeia crianças, substitua crianças por mulheres, idosos, negros, japoneses, judeus, homens, insira aqui qualquer classe de ser humano existente nesse mundo de sete bilhões de pessoas, e veja se parece aceitável. Não, né?, escreveu.

"aqui seu cão é bem vindo!!! mas crianças favor amarrá-las ao poste". DOG, Under. Meat & Beers. 2017.não, você não leu…

Posted by Debora Oliveira on Monday, August 7, 2017

Nesta terça (8), o Underdog se manifestou via Instagram após o relato de Debora no Facebook. “Ativistas, feministas, machistas, mãesistas, ‘istas em geral’ e salvadores da pátria (por internet) , vocês que ainda perdem seu tempo no post sobre “amarrarmos cruelmente crianças no poste”, preguem menos e façam mais amor em casa, que pelo visto tá escasso…“, publicaram.

Afinal, qual é o problema de um estabelecimento comercial se recusar a receber crianças? O que há por trás de uma “piada” como essa?

Banir crianças de um estabelecimento comercial é uma atitude excludente e discriminatória, que demonstra o não entendimento da importância da infância e da participação das crianças na vida pública para a formação do indivíduo, e consequentemente para toda a sociedade.

“Criança é gente, tem direitos e deve ocupar os espaços. Às vezes parece que a gente ainda está na Idade Média, quando as crianças não apareciam porque eram relegadas a um lugar inferior na sociedade. Quando trazemos a criança para a superfície, quando damos a elas visibilidade e a importância merecida, estamos também transmitindo uma mensagem para a sociedade: a de que aquele ser importa, tem direitos, merece ser visto e respeitado”, comenta em entrevista ao Catraquinha  Camila Conti, mãe e empreendedora do Maternativa, uma plataforma de apoio e fomento ao empreendedorismo materno.