Campanha #CarnavalSemAssédio se estende pelo país
Criado pela Catraca Livre, o programa visa combater a violência contra a mulher e a comunidade LGBT
Se você estiver em um bloco e encontrar um anjo, pode confiar: trata-se de uma pessoa da campanha #CarnavalSemAssédio.
Beijos forçados, encoxadas ou corpos tocados sem consentimento, agressão física, agressão verbal ou abuso? É só falar com ela.
Treinada e voluntária, essa pessoa acolherá e orientará vítimas de assédio. Também vai, do alto de trios elétricos de blocos parceiros, ajudar a identificar assediadores.
Catraca Livre criou o projeto Causando, apoiado pelo Carrefour, para mostrar como as marcas desenvolvem e assumem causas.
A força-tarefa Anjos do Carnaval é uma iniciativa da Catraca Livre, em parceria com a produtora Rua Livre e a Prefeitura de São Paulo, com apoio oficial da 99.
Pelo segundo ano consecutivo, a ação de conscientização e apoio para combater a violência contra a mulher e a comunidade LGBT vai para as ruas.
E, desta vez, não apenas nas avenidas paulistanas. Os voluntários também estarão presentes em blocos de Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.
A ação será desenvolvida em todos os dias do Carnaval desde sábado até terça-feira, sempre próxima aos blocos com maior concentração de foliões.
Além de aumentar o número de praças, o programa #CarnavalSemAssédio – que entra no seu quinto ano – também ampliou o escopo de voluntários. Pela primeira vez, homens héteros serão incluídos na ação.
Todos vão para os blocos após treinamento do consultor Sérgio Barbosa, especialista em masculinidades e violência de gênero.
Também serão distribuídos 100 mil adesivos da campanha em todas as cidades participantes.
Acolhimento
São Paulo terá também o Ônibus Lilás, cedido pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, e outros cinco pontos de atendimento fixo.
Neles, técnicas da prefeitura vão orientar e atender vítimas de assédio.
Todas as vítimas de assédio ou violência atendidas pela ação na capital paulista poderão ser encaminhadas à Casa da Mulher Brasileira, programa de combate à violência contra a mulher.
Lá, poderão registrar o Boletim de Ocorrência e receber mais informações sobre a rede de atendimento para vítimas de violência de gênero.
“Assédio não deve ser tolerado em situação nenhuma e nosso objetivo é mostrar que isso deve ser aplicado a cada bloco, a cada desfile, a cada baile”, afirma Paula Lago, responsável pela campanha #CarnavalSemAssédio da Catraca Livre.
Além da Catraca Livre, da Rua Livre e da prefeitura, a ação conta com uma ampla rede de parceiros que inclui o Ministério Público do Estado de São Paulo, a ONU Mulheres, a Comissão da Mulher Advogada (OAB), os coletivos Não é Não e Mete a Colher, a ONG Engajamundo, a Rede Nossas e a Change.Org.
Campanha #CarnavalSemAssédio: História
A campanha #CarnavalSemAssédio foi criada em 2016 e ganhou repercussão em todo o país.
Já teve o apoio da revista “Azmina”, dos coletivos “Agora é que são elas”, “Nós, Mulheres da Periferia” e “Vamos juntas?” e blocos de rua de todo o Brasil, incluindo os feministas Mulheres Rodadas e Maria Vem com as Outras.