Meio Ambiente

Instituto Monitoramento Mirim Costeiro prepara crianças para serem guardiãs do oceano

Pesquisa-cidadã certificada como tecnologia social alerta pais e filhos para o impacto da poluição dos oceanos

Redação

Maíra Carvalho

Carol, junto com outros dois amigos locais, implementou o projeto piloto em 2012, em nove escolas municipais.
Créditos: Instituto de Monitoramento Mirim Costeiro
Carol, junto com outros dois amigos locais, implementou o projeto piloto em 2012, em nove escolas municipais.

O programa Monitoramento Mirim Costeiro nasceu de um sonho da oceanógrafa Caroline Schio. Ela estava se formando na faculdade quando começou a pensar de que forma poderia utilizar seu conhecimento para contribuir com a sociedade. 

Em busca de algo ligado ao dia a dia das pessoas e que pudesse ser aplicado de forma prática, criou uma metodologia pioneira de pesquisa-cidadã para crianças em idade escolar de quarta e quinta série. 

O trabalho de cultura oceânica surgiu em Garopaba, município com cerca de 40 mil habitantes no litoral sul de Santa Catarina. Carol, junto com outros dois amigos locais, um geólogo e uma bióloga, implementaram o projeto piloto em 2012, em nove escolas municipais. Hoje, o programa alcança toda a rede municipal de Garopaba, com 12 escolas no total. 

A pesquisa envolve a contagem de objetos naturais e também de resíduos, como bitucas de cigarro, tampinhas de garrafa e microplásticos. O que é natural, fica na praia. O resto é coletado e dispensado no lixo correto. Tudo é anotado em uma planilha, que será utilizada para elaborar os indicadores. 

Instituto Monitoramento Mirim Costeiro prepara crianças para serem guardiãs do oceano
Créditos: Instituto Monitoramento Mirim Costeiro
Instituto Monitoramento Mirim Costeiro prepara crianças para serem guardiãs do oceano

A formação das crianças em monitores mirins passa por um processo: primeiro, as crianças visitam uma exposição sobre o programa, com vídeos e amostras do acervo marinho. Lá elas têm acesso às ferramentas de pesquisa, observam as areias com mini-microscópio e olham os animais marinhos. É o primeiro contato com o programa.

“Depois, nos outros encontros, vamos com elas até a praia para fazer a pesquisa. Em sala de aula, os alunos calculam os indicadores que foram encontrados em cada praia. Por fim, são gerados os gráficos com o resultado da pesquisa”, explica Cris Guimarães, presidente do IMMC.

Na praia, as crianças também observam a maré e aprendem a geografia do local: “elas  entendem por que há onda ou não ali, por que a areia é mais grossa ou mais fina, quais são as condições climáticas, se tem sol, se está nublado, os tipos de nuvens, enfim, fazem um estudo completo daquele ambiente”, explica Cris.

O resultado com os dados da pesquisa é divulgado nas escolas, imprensa e redes sociais e nos canais de comunicação do IMMC. Ao final, também é feito um encontro virtual para as crianças trocarem experiências, incluindo os participantes dos outros municípios brasileiros e do exterior onde o projeto está presente.

Cris conta que a quantidade de microplástico encontrado nas praias vem aumentando vertiginosamente nos últimos anos. A pesquisa-ação, portanto, tem a função de despertar as crianças para a necessidade do cuidado com o meio ambiente, em especial, com as águas e os oceanos. 

“Nós monitoramos as sete praias de Garopaba. Cada escola monitora a praia mais próxima do seu bairro, justamente para a criança ir se empoderando sobre seu território, para entender a importância de cuidar daquele ambiente que ela desfruta”, aponta Cris.

Quer apoiar essa causa?

O IMMC recebe doações e mobiliza trabalho voluntário em ações como o Dia Mundial do Oceano,  Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias e outras ações de Praia Limpa. 

Para saber mais informações sobre o IMMC, visite o site ou siga as redes sociais no Instagram e Facebook

Maíra Carvalho – Lupa do Bem

Causadora de Educação