Meio Ambiente

Quais causas socioambientais te motivam?

Escolher as pautas que te motivam genuinamente e que estejam de fato ao teu alcance é um passo importante na jornada

Redação

Flávio Ferlini Salles

Escolher as pautas que te motivam genuinamente e que estejam de fato ao seu alcance é um passo importante na jornada
Créditos: Eduardo Andreassi
Escolher as pautas que te motivam genuinamente e que estejam de fato ao seu alcance é um passo importante na jornada

Quando visitei o Parque Estadual do Jalapão me lembrei de pessoas queridas que simpatizam ou até mesmo trabalham com temas socioambientais e não se dispõem a visitar lugares como aquele.

Os motivos são variados e vão além das questões financeiras, há aquelas pessoas alérgicas a mosquitos, as que não suportam o calor de regiões como a do Tocantins e as que se simplesmente se sentem desconfortáveis em meio à natureza quase intocada.

E nem por isso estas pessoas deixam de encontrar seus espaços e suas linhas de atuação em pautas socioambientais importantes.

Viagens proporcionam um sentimento único do qual compartilho, há muitos lugares dos quais simplesmente não se quer retornar, seja pelas paisagens, pelas amizades que se constroem, pela sensação de recompensa do conhecimento de um novo lugar e pela soma de tudo isso.

Há inclusive aquela vontade de permanecer. Quantas são as histórias de pessoas que foram para voltar em dias e estão ou ficaram por anos?

Mais ainda, a vontade de colaborar, de participar, de pertencer, porque coisas para fazer, para preservar ou regenerar existem em qualquer lugar.

Daí a realidade te puxa e te faz lembrar que para se ter alguma coisa é necessário abrir mão de outra, a vida é feita de escolhas.

Lá mesmo no Jalapão esta miscelânea de sensações novamente aflorou.

A Academia Brasileira de Letras apresenta a definição de ecoansiedade como “o estado de inquietação e angústia desencadeado pela expectativa de graves consequências das mudanças climáticas e pela percepção de impotência diante dos danos irreversíveis ao meio ambiente”.

Minha receita para não cair nesta angústia é manter o foco nas atividades impactantes que estão ao meu alcance, estudar e entender cada vez mais os assuntos direta ou indiretamente relacionados à minha área de atuação, estar sempre aberto a diálogos, ampliar através de conexões os campos socioambientais de atuação e consequentemente aumentar o raio de alcance das ações de impacto.

Isso me permite retornar das viagens com o sentimento sincero de que as minhas ações de alguma forma impactarão positivamente os lugares mais distantes e que a soma de pessoas agindo no mesmo sentido de objetivos comuns pode de fato alterar o curso global.

Não alimento a ilusão de que ações isoladas e desconectadas possam de fato provocar grandes mudanças, o crescimento depende das conexões de gente e meio ambiente, contudo, valorizo a ideia de que pessoas que se dispõem a agir localmente tendem a perceber a necessidade e os benefícios de ampliar horizontes de impacto.

Reside aí a importância dos pequenos gestos, do “bom dia” à compostagem caseira, da reciclagem ao debate sobre ESG, do consumo consciente aos novos olhares para as diferenças, do combate ao preconceito à inclusão, da preservação à regeneração.

Por isso te pergunto, você sofre de ecoansiedade e qual tua receita para não cair ou fugir destas angústias? Como você se envolve com as causas que te motivam?

Vamos em parceria nessa jornada.

E siga em paz!

Flávio Ferlini Salles – Par & Ponto

Causador de Gente e Meio Ambiente