Marcas fortalecem ações contra violência doméstica no isolamento
País registra aumento no número de mulheres agredidas dentro de casa durante a pandemia de Covid-19
A violência doméstica no isolamento social cresceu – tanto na frequência quanto na gravidade. E fez com que marcas e coletivos investissem ou fortalecessem ações para prevenir e dar apoio a quem sofre agressão dentro de casa.
Duas delas são a Natura e a Avon, que se uniram no movimento #IsoladasSimSozinhasNão.
Catraca Livre criou o projeto Causando, apoiado pelo Carrefour, para mostrar como as marcas desenvolvem e assumem causas.
Lançado pelo Instituto Avon, ele inclui diversas iniciativas. Em parceria com as plataformas Papo de Homem e Quebrando o Tabu, foram produzidos conteúdos digitais e publicados nas redes sociais.
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Os materiais vão desde dicas sobre como cuidar da saúde mental durante o isolamento social até informações que ajudam a identificar sinais de relações abusivas.
Também foi patrocinada uma minissérie de cinco episódios do podcast Mamilos. Cada um deles abordará a história de uma pessoa que superou o ciclo de violência doméstica.
Em países da América Latina, as marcas também aportaram com o movimento – que recebeu a hashtag #AisladasNoSolas.
Mas a maneira de alcançar as mulheres que sofrem violência doméstica ganhou outros contornos. Foram desenvolvidos vídeos de receitas culinárias. Durante a exibição, eles trazem informações para combater as agressões, como telefones de emergência.
Ações contra violência doméstica no isolamento
Outras marcas e organizações também investiram ou impulsionaram iniciativas já em curso para ajudar quem passa por situação de violência doméstica. Conheça, a seguir.
Fulanas & Fulanos: O bloco de Carnaval de Diadema (SP) deu início ao movimento Não à Violência contra as Mulheres no Facebook. Busca encorajar quem está em situação de violência doméstica a romper o silêncio e encontrar saídas. Também coloca o homem no centro do debate, para promover uma mudança de comportamento masculino.
Grupo Graiche: A empresa de administração condominial desenvolveu comunicação direcionada a síndicos, profissionais que trabalham em edifícios e condôminos com orientações sobre como proceder em caso de violência doméstica. A campanha incentiva a denúncia de agressões contra as mulheres.
Justiceiras: O projeto, criado pela promotora de Justiça de São Paulo Gabriela Manssur, oferece apoio gratuito e online, por meio do WhatsApp (11 99639-1212), a qualquer mulher, em todo o país, que tenha sofrido violência doméstica ou tenha sido ameaçada pelo companheiro. O movimento conta com 700 voluntárias da área jurídica, psicológica, socioassistencial, médica e para a rede de apoio.
Macho do Século 21 e movimento #OndeEstaoAsMulheres: Juntos, criaram uma campanha para “chacoalhar mentes e comportamentos” durante o isolamento social. Os vídeos convidam homens a pensar em como ocupam o espaço da casa, cuidam dos filhos e se relacionam com as companheiras.
Marisa: Destina 100% da renda de alguns produtos para o projeto Apolônias do Bem, da ONG Turma do Bem, que oferece tratamento odontológico gratuito a mulheres que tenham vivido ou que estejam em situação de violência doméstica.
Polícia Civil de MG: Com o apoio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, desenvolveu um app que traz conteúdos e orientações sobre violência contra a mulher, o MG Mulher. Disponível para sistemas Android e iOS, oferece endereços e telefones mais próximos da localização da usuária e permite que ela crie uma rede colaborativa de contatos confiáveis para serem acionados de forma rápida, que serão alertados por SMS.
Tribunal de Justiça de São Paulo: Lançou o projeto Carta de Mulheres, que visa auxiliar mulheres com informações. Basta acessar o formulário online e uma equipe especializada, formada por profissionais que trabalha na Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário, dará orientações. O serviço é gratuito e oferecido sob sigilo para pessoas em todo o estado de São Paulo.
Anônimo: Não se trata de campanha, mas pode servir de inspiração para ações individuais. Uma pessoa deixou no elevador bilhete para o vizinho agressor, informando que violência contra a mulher é crime. Para a vizinha, ofereceu ajuda: abriu as portas, caso ela decidisse sair de casa.