2ª Mostra Ecofalante: Conheça os rios invisíveis da cidade
Confira destaques da temática Cidades da mostra
Praticamente todas as grandes cidades cresceram no leito de rios. Porém, com a industrialização e a formação das metrópoles, eles foram poluídos e tornaram-se transmissores de doenças. A solução encontrada para resolver o problema foi enterrá-los, transformado em esgoto subterrâneo.
Essa é a temática de Rios Perdidos ( Lost Rivers/ Canadá/ 2012), de Caroline Bâcle. O documentário investiga a vida de rios ao redor do mundo que estão invisíveis, canalizados em concreto. Uma das protagonistas do filme, é a canadense Ann Marie Mitroff, diretora do Programa de Rios da ONG Groundwork Hudson Valley, que organiza limpeza voluntária e planejamento para restauração de rios.
Expedição, filme e debate
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Em São Paulo, vivemos o mesmo dilema. O crescimento rápido da cidade, a industrialização e um sistema viário que prioriza o automóvel como principal meio de transporte,nossos rios foram canalizados e esquecidos.
Para abrir o dia de atividades com a temática Cidades, será realizada uma pequena expedição pela Vila Madalena. A atividade foi pensada e será monitorada por Luiz Campos Jr. e José Bueno, idealizadores do Rios e Ruas. Ann-Marie Mitroff estará presente na atividade. Os trabalhos irão começar às 9h, com concentração no metrô Vila Madalena. Às 9h30, o grupo sai em direção à nascente do riacho das Corujas e seguirá pelo bairro.
Às 17h30, no Cine Livraria Cultura, acontece a exibição do filme Rios Perdidos. Na sequência, às 19h, o debate com a presença de Ann-Marie Mitroff, Luiz Campos Jr., José Bueno e Alexandre Delijaicov, da FAU-USP aprofundará a discussão do tema.
Os rios não morrem
Para José Bueno, é preciso distinguir a ideia de rios e esgotos. “A gente aprendeu a associar essa ideia, culturalmente isso tem uns 100 anos. Precisamos limpar os rios nas nossas percepções de cidadãos paulistanos, que estão associados a sujeira e dejetos”, comentou.
Ele acredita que depois desse trabalho de conscientização, é possível começar a pensar em mudanças. “Se você vê o rio, você cuida do rio. As pessoas precisam ver os rios”, comentou. “Do jeito que está, encobertos e poluídos, é uma escolha. Mas a gente pode ter outra escolha, com eles limpos e correndo a céu aberto. Mas é preciso cuidados que envolvem órgãos públicos e a população inteira”, comentou.
José Bueno lembra que essa conexão com Ann-Marie Mitroff faz parte de uma conversa global entre cidades que tiveram os rios canalizados. Ele lembra que praticamente todas as grandes cidades realizaram a canalização dos rios nos processos de industrialização, mas vivemos um momento em que podemos questionar se queremos continuar essa lógica ou não.
“Talvez a gente comece a fazer uma curva e finalmente tratar os rios com outra dignidade. Acham que os rios estão mortos e enterrados. Mas não, os rios estão vivos. E um rio não morre”, concluí José Bueno.