‘A violência que Bolsonaro verbaliza me causa medo’, diz Haddad
O petista concedeu entrevista ao jornal SBT Brasil em que falou sobre seus projetos de governo para o Brasil
O candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT) concedeu uma entrevista de 10 minutos ao jornal SBT Brasil, em que, entre outros, revelou sentir “medo” dos discursos e, mais precisamente, da violência verbalizada por seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL).
“Eu tenho um adversário que representa, na minha opinião, forças que me causam medo. Quero te dizer que a violência que ele verbaliza me causa medo, a mim, nos meus filhos, na minha família. E eu quero reunir as pessoas que representam esperança”, afirmou o petista.
Haddad ressaltou que tem “bons projetos” para governar o país e relembrou sua gestão à frente do Ministério da Educação. O candidato citou projetos criados por ele, como o ProUni, que beneficiou mais de dois milhões de jovens de baixa renda a terem acesso à universidade. “[Também] construí universidades federais e criei 214 escolas técnicas”, pontuou.
“Fui ministro da educação por sete anos, geria um orçamento de RS 100 bilhões e não se ouviu uma denúncia sequer de desvio de recursos públicos. E por quê? Não apenas pela minha conduta, mas porque tinha um controle interno eficaz. E pretendo aplicar [essa conduta] em todas as estatais”, afirmou.
Fernando Haddad admitiu que tem mantido diálogo com nomes importantes da política nacional, como o ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e o escritor Mário Sérgio Cortella. “Estamos tentando reunir todos aqueles que lutam contra a ditadura e pela democracia”, disse.
Quando o assunto foi segurança pública, Haddad disse que, se eleito, pretende deixar a investigação dos crimes relativos às organizações criminosas sob a responsabilidade da Polícia Federal, permitindo que as Polícias Civil e Militar possam atuar contra o estupro e o roubo.
“Nossa proposta para a segurança é objetiva. Hoje, a atribuição da segurança pública é dos governos estaduais. E nós defendemos a Polícia Federal no combate ao crime organizado, liberando as polícias militares para combater crimes de roubo, homicídios e estupros.”
O petista aproveitou a oportunidade para esclarecer algumas notícias falsas espalhadas por Jair Bolsonaro a fim de difamá-lo, como uma envolvendo o “kit gay”. Haddad ressaltou que o ex-deputado foi obrigado pela Justiça a apagar postagens falsas no Facebook e no YouTube associando seu nome e sua candidatura a um suposto “kit gay”.
“Ele [Bolsonaro] foi condenado pela Justiça, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a parar de falar que eu distribui material impróprio para criança. O TSE classificou como mentira o que Bolsonaro diz a meu respeito sobre a distribuição de material impróprio para crianças de 6 anos. Ele foi condenado pela Justiça”, ressaltou.
Ainda, o postulante do PT à presidência acusou Jair Bolsonaro de modificar o conteúdo de seus livros, incluindo o conteúdo de “terceiros” em suas publicações e lembrou, mais uma vez, que o militar está evitando confrontá-lo ao viv na TV.
Para finalizar, Haddad disse considerar que, em geral, a atuação do juiz Sergio Moro na Lava Jato “ajudou o Brasil”. O petista ressaltou, porém, que o magistrado errou em soltar de maneira precoce empresários citados na Operação e, ainda “liberar dinheiro roubado” para que esses empresários possam “aproveitar, gozarem a vida”. “No geral, o saldo é positivo, mas ainda há reparos a fazer”, concluiu.
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