Aécio pediu R$ 15 milhões para campanha, diz Marcelo Odebrecht
Além de Aécio, empresário mencionou pedidos de Duda Mendonça e da chapa Dilma-Temer
O empresário Marcelo Odebrecht, delator da Operação Lava Jato, deu um depoimento de quatro horas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na quarta-feira, dia 1º, e citou vários políticos. Segundo reportagem do “Estadão”, o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, teria lhe pedido R$ 15 milhões para sua campanha eleitoral de 2014, quando foi candidato a presidente.
Marcelo afirma que se encontrou várias vezes com o tucano e que os pedidos de dinheiro para campanhas eram frequentes.
Também segundo o jornal, a chapa de campanha Dilma-Temer teria recebido 4/5 de recursos via caixa dois. A ex-presidente, segundo Marcelo Odebrecht, tinha conhecimento da contribuição e dos pagamentos. O valor total negociado para a campanha foi de R$ 150 milhões.
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O marqueteiro Duda Mendonça foi outro citado pelo empreiteiro. Ele teria procurado a Odebrecht após a campanha de 2014 para cobrar o pagamento do valor acertado com a campanha de Paulo Skaf, presidente da Fiesp, ao governo paulista. Segundo o delator, o valor pedido à empreiteira foi de R$ 6 milhões.
O ex-presidente da Odebrecht está preso em Curitiba desde junho de 2016 e, de acordo com as negociações de sua defesa com o Ministério Público Federal, ficará em regime fechado até dezembro deste ano. Sua pena total é de dez anos.l
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou, em nota, que Temer e Marcelo “não falaram de valores” durante o encontro citado pelo empresário e que a empresa “deu auxílio financeiro a campanhas do PMDB”. A ex-presidente Dilma afirmou que “é mentirosa” a informação de que ela teria pedido recursos ou autorizado pagamentos a prestadores fora do país ou via caixa dois e que a citação é um “insulto à sua honestidade”.
Em nota, a assessoria de Skaf afirmou que todas as doações recebidas pela campanha estão registradas na Justiça Eleitoral e que ele nunca pediu contribuição “que não as regularmente declaradas”. As assessorias de Aécio e a de Duda, procuradas pelo “Estadão”, ainda não se manifestaram.