André Gallindo, da TV Globo, faz desabafo após ser discriminado

Repórter foi chamado de ‘Paraíba’ de forma pejorativa

André Gallindo, repórter da TV Globo
André Gallindo, repórter da TV Globo

André Gallindo, repórter da TV Globo, usou seu perfil no Twitter, na última segunda-feira, 8, para fazer um desabafo, após ter sido discriminado por um seguidor por ser nordestino.

Tudo começou quando o jornalista esportivo comentava sobre a apresentação de Philippe Coutinho no Barcelona.

O internauta, então, disparou: “Tem mal gosto, hein, ‘Paraíba’. A imprensa é uma merda”.

O repórter, que é pernambucano, rebateu: “Não sou ‘Paraíba’. Não desse jeito pejorativo que você atribui aos nordestinos. A minha sorte é que pessoas preconceituosas como você são minoria aqui no Rio. E, pelo visto, ter dinheiro para pagar a cara mensalidade de Engenharia não te dá educação”.

André Gallindo continuou o desabafo: “Seis anos de Rio, já ouvi e li algumas vezes o ‘adjetivo’ que me atribuiu aqui embaixo. Pelo perfil, trata-se de alguém privilegiado, branco, universitário, teve acesso a outro idioma… Filho da ‘meritocracia’. Talvez aprenda, um dia, o que é respeito”.

Na sequência, o jornalista disse sentir orgulho de ser nordestino.

Após o desabafo, o seguidor de Gallindo o bloqueou no Twitter. “A título de informação, terráqueos, o rapaz em questão me bloqueou. Mas já sei que apagou todas as suas postagens ofensivas. Não é o primeiro e nem será o último a fazer o mesmo nessas redes. Coincidência curiosa: todos perdem a ‘coragem’ rapidinho”, finalizou.

Denuncie!
Liberdade de expressão não é sinônimo de falar o que quiser: discriminação e preconceito são crime (art. 20 da Lei nº 7.716/89) e esse tipo de mensagem de ódio pode dar cadeia.

Depois das eleições presidenciais de 2010, a estudante de direito Mayara Petruso foi condenada a um ano e cinco meses de prisão por postar no Twitter “Nordestisto [sic] não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado”. Sua pena foi convertida em prestação de serviços comunitários.

Ajude a denunciar esse tipo de crime para o Ministério Público Federal ou ainda pelo site da ONG SaferNet.