Você sabia que estes 10 animais estão ameaçados de extinção no Brasil?

No país com a maior biodiversidade do mundo, mais de mil espécies de animais correm risco de extinção

O Brasil é reconhecido mundialmente por possuir a maior biodiversidade do mundo graças a biomas ricos em espécies animais e vegetais como a Amazônia, o Pantanal, o Cerrado, a Caatinga, os campos dos Pampas e a floresta tropical pluvial da Mata Atlântica. Além disso, o Brasil possui uma costa marinha de 3,5 milhões km² que inclui ecossistemas como recifes de corais, dunas, manguezais, lagoas, estuários e pântanos.

Brasil tem mais de 3 mil espécies de animais e plantas em risco de extinção

Esta abundante variedade de vida – que se traduz em mais de 20% do número total de espécies da Terra – coloca o Brasil ao posto de principal nação entre os 17 países megadiversos.

Infelizmente, apesar da tamanha biodiversidade, segundo estudo realizado ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, existem mais de mil espécies de animais com risco de extinção no país.

Tráfico de animais, queimadas, desmatamento, transformação de áreas úmidas e florestas em áreas agrícolas e urbanas, poluição e caça predatória são os principais motivos que levam o Brasil a ter altos números de animais em extinção.

Veja a lista de alguns dos animais ameaçados de extinção no Brasil

01 – Ariranha

Créditos: Reprodução

A ariranha (Pteronura brasiliensis) é um mamífero mustelídeo, característico do Pantanal e da bacia do Rio Amazonas, na América do Sul. Também conhecida como onça-d’água, lontra-gigante e lobo-do-rio,  teve sua população drasticamente reduzida devido à décadas de caça furtiva para obter sua pele aveludada, com pico nas décadas de 1950 e 1960. Foi listada como ameaçada de extinção em 1999 e as estimativas da população selvagem são normalmente abaixo de 5 000.

02 – Ararinha azul

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A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii é uma espécie de ave da família Psittacidae endêmica do Brasil. Habitava matas de galeria dominadas por caraibeiras associadas a riachos sazonais no extremo norte do estado da Bahia, ao sul do rio São Francisco. Em decorrência do corte indiscriminado de árvores da caatinga e do tráfico ilegal, a população se reduziu até restar um único indivíduo, que desapareceu em 2000-2001.

Em 2020, 52 ararinhas-azuis mantidas em cativeiro na Alemanha foram levadas para a cidade de Curaçá para serem reintroduzidas a seu habitat. A previsão é que as ararinhas só sejam soltas na natureza após um processo de adaptação. Quando isso acontecer, será nas duas unidades de conservação criadas em junho de 2018 na Caatinga baiana, dedicadas exclusivamente ao programa de reintrodução e proteção da espécie.

03 – Ararajuba

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A ararajuba (Guaruba guarouba), também conhecida como Guaruba, é uma ave verde e amarela, que existe somente na Amazônia e vem sofrendo com o tráfico e o desmatamento do bioma.

Atualmente, segundo o Livro Vermelho do ICMBio (2016), ela é considerada em risco vulnerável de extinção: existem menos de 3 mil guarubas no país.

04 – Lobo-guará

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O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é uma espécie de canídeo endêmico da América do Sul e ocorre em savanas e áreas abertas no centro do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, sendo um animal típico do Cerrado.

Estima-se que existam cerca de 23 mil animais na natureza. Sua existência está ameaçada principalmente por causa da destruição do cerrado para ampliação da agricultura, atropelamentos, caça e doenças advindas dos cães domésticos.

05 – Pica-pau-amarelo

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O pica-pau-amarelo (Celeus flavus subflavus) é uma ave endêmica do Brasil originalmente encontrada entre os estados de Alagoas até o Rio de Janeiro.As principais ameaças à espécie estão relacionadas à qualidade do seu habitat, que sofre influência do desmatamento e das queimadas.

Essa ave, segundo o Livro Vermelho do ICMBio (2016), está classificada como criticamente ameaçada de extinção. Pesquisadores apontam a existência de cerca de 250 indivíduos atualmente.

06 – Mico-leão-dourado

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O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) habita a Mata Atlântica e sofreu durante décadas com o desmatamento e o tráfico de animais, o que resultou na eliminação quase total da espécie. Hoje, os poucos indivíduos que existem são restritos aos remanescentes de florestas do estado do Rio de Janeiro.

Graças a projetos nas unidades de conservação onde se encontram, a situação tende a melhorar. Porém, a espécie está ainda classificada em perigo de extinção, de acordo com o Livro Vermelho do ICMBio (2016).

Pesquisadores afirmam que, para o mico-leão-dourado sair da lista de espécies ameaçadas de extinção, é preciso que, até 2025, haja cerca de 2.000 indivíduos vivendo soltos, em uma área de 25.000 hectares de florestas. Atualmente, as populações selvagens não somam nem 1.000 indivíduos, que estão espalhados em remanescentes de florestas que, em sua maioria, não passam de 1.000 ha.

07 – Onça pintada

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A onça-pintada (Panthera onca) é considerada o maior felino das Américas, podendo ser encontrada em quase todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa, onde já foi extinta.

Esta espécie de onça é caçada por fazendeiros para proteger seus rebanhos, além disso, sofre com a destruição do seu habitat e sua pele tem grande valor no mercado mundial. De acordo com o Livro Vermelho do ICMBio (2016), a onça-pintada é classificada em risco vulnerável de extinção.

08 – Muriqui-do-norte

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O Muriqui-do-norte (Brachyteles hypoxanthus) é o maior primata das Américas (chegando a pesar até 15 quilos), sendo encontrado somente na Mata Atlântica, e sofre com o desmatamento da região e a caça ilegal e indiscriminada.

Segundo o Livro Vermelho do ICMBio (2016), ele está classificado na categoria de criticamente ameaçado de extinção. Isso se deve principalmente devido ao desmatamento da Mata Atlântica e à caça, que pode levar pequenas populações reduzidas à extinção rapidamente.

Calcula-se que deva existir pouco mais de 850 indivíduos, localizados em fragmentos de floresta isolados entre si. A maior população encontra-se na Reserva Particular do Patrimônio Natural Feliciano Miguel Abdala, que tem cerca de 900 hectares.

Existem poucos indivíduos em cativeiro, e apenas o Centro de Primatologia do Rio de Janeiro mantém um programa de reprodução em cativeiro.

09 – Sapo-folha

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O sapo-folha (Proceratophrys sanctaritae) é uma espécie endêmica da Serra do Timbó, no estado da Bahia, e está seriamente ameaçada.

A espécie – que mede cerca de quatro centímetros apenas – foi descoberta em 2010 na Serra do Timbó e sofre com o desmatamento do seu habitat por causa do cultivo de cacau, banana e das pastagens. Atualmente, de acordo com o Livro Vermelho do ICMBio (2016), ele está classificado como criticamente ameaçado de extinção.

A extensão da área de ocorrência desse anfíbio foi calculada em apenas oito quilômetros quadrados.

10 – Tatu-bola

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O tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) é um animal endêmico da Caatinga. Pesquisadores apontam que a população desta espécie já diminuiu cerca de 45% em um período de 20 anos. Os principais motivos que fazem este animal ser considerado em risco de extinção são a degradação ambiental e a caça.

A Associação Caatinga organização não-governamental que atua na conservação do bioma desenvolve em parceria com a The Nature Conservancy e o grupo de especialistas de Xenarthros da IUCN um projeto de conservação do tatu-bola que pretende reduzir o risco de extinção da espécie.