Após conflito, prédios populares são saqueados na cracolândia

Conjunto Júlio Prestes, localizado na região da cracolândia, foi invadido por anônimos na última segunda-feira, 23

Com informações da Folha de S. Paulo 

Em uma das regiões mais afetadas pelo descaso e falta de políticas públicas, a cracolândia, volta e meia, testemunha cenas de um território de guerra. Operações policiais, conflitos, lojas saqueadas e tensão social colocam em xeque a postura combativa da atual gestão de Doria/Covas em relação aos usuários que ali se instalam.

Na madrugada da última segunda-feira, 23, após confronto entre guardas civis e usuários, anônimos invadiram as obras do complexo Júlio Prestes – conjunto de prédios populares do bairro – depredando e roubando objetos em um prejuízo avaliado em centenas de milhares de reais. Além disso, a entrega dos edifícios deve atrasar cerca de um mês.

Cracolândia: Praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo

Sem luz e câmeras de segurança, por conta do furto dos cabos de energia, o grupo entrou em uma das torres do conjunto habitacional. Quebraram vidros e levaram todo quase metal encontrado na construção. grades de proteção, pia e outros utensílios de valor. Três das cinco torres foram albo da depredação e saqueamento.

Prefeitura acredita em ação premeditada

Segundo a secretaria de habitação, o prejuízo foi“considerável” — a conta deve ser repassada aos cofres públicos e por isso o prejuízo será auditado. Para Andra Robert, secretária-executiva de parcerias público-privadas da pasta, a invasão foi previamente planejada, já que o grupo portava marretas, pé-de-cabra e serras: “para confrontar o estado”.

Revitalização da cracolândia 

O Complexo Júlio Prestes, inaugurado em março em uma manobra política que precedeu as renúncias de Geraldo Alckmin e João Doria que concorrerão nas eleições de outubro, deveria receber os primeiros moradores nesta semana.

Idealizado com a ideia de revitalizar um dos bairros mais antigos de São Paulo, o complexo contará com cinco prédios na quadra em frente à praça Júlio Prestes. Ao todo serão 914 apartamentos, de um e dois quartos (41 m² e 51 m²), sorteados entre famílias com renda entre R$ 810 e R$ 4.344.

Na quadra ao lado, mais dois prédios, com 216 apartamentos destinados para a mesma faixa de renda, além de outros 72 unidades que serão vendidas no mercado, para famílias com renda de R$ 4.344 até R$ 8.100. O conjunto habitacional contará também com creche, mercado, lojas e Escola de Música de SP. Confira mais informações sobre o assunto no site da Folha. 

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