Assessor de Jair Bolsonaro ofende jornalistas
Carlos Eduardo Guimarães mandou mensagem ironizando torcida contrária do presidenciável
Carlos Eduardo Guimarães, assessor de imprensa de Jair Bolsonaro – eleito presidente da república pelo PSL no último domingo, 28 –, ofendeu jornalistas após a abertura das urnas.
O funcionário do gabinete de Bolsonaro questionou, em tom de ironia, se a eleição não estava empatada, chamou os jornalistas de “engodo” e “lixo”, por meio de uma mensagem enviada para uma lista de transmissão pela qual encaminhava também a agenda do presidenciável.
“Ué, não estava quase empatado? Vocês são o maior engodo do Jornalismo do Brasil! Lixo”, escreveu no post de uma foto com o resultado da pesquisa boca de urna indicando 56% para Bolsonaro e 44% para seu adversário, Fernando Haddad (PT).
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Carlos Eduardo Guimarães está vinculado ao gabinete de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidenciável. Segundo o jornal “Extra”, o profissional teve remuneração bruta de R$ 8 mil em setembro de 2018.
ELEIÇÕES 2018
A campanha eleitoral mais polarizada da história chegou ao fim, com a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, com 55,13% dos votos válidos. Seu adversário, Fernando Haddad, alcançou 44,87%.
Com 100% das urnas apuradas, o capitão reformado alcançou 57.797.073 votos e o ex-prefeito, 47.039.291. Votos brancos e nulos somaram 9,6% do total de votos, o maior índice já registrado no país desde o fim da ditadura militar _ a média para os segundos turnos de eleições para presidente é de 6%.
A campanha ficou marcada pela desinformação, com a disseminação de fake news via grupos do WhatsApp, e a tentativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de brecar a multiplicação desses boatos, além da denúncia da “Folha” sobre manipulação desses grupos. O app se tornou a ferramenta principal de divulgação de dados sobre os candidatos, e a TV, que antes centralizava as disputas e as configurações das chapas, perdeu seu protagonismo.
As propostas ficaram relegadas a segundo plano. Com a decisão de Bolsonaro de não participar de nenhum debate, mesmo depois de ter sido liberado por seus médicos, após se recuperar da violenta facada de que foi vítima, a eleição de 2018 entrou para a história como a primeira vez, desde a redemocratização, em que um segundo turno não ofereceu nenhum debate entre candidatos à Presidência.
O medo e o ódio também foram personagens desta disputa. Agressões foram registradas em nome do candidato do PSL (uma delas se mostrou fantasiosa), assim como ações da polícia e dos TREs em universidades contra manifestações de alunos. Vários grupos da sociedade se manifestaram contra a ameaça à democracia que representou o discurso do capitão reformado, o que levou, na última semana do segundo turno, a uma onda de pessoas nas ruas tentando “virar o voto” de indecisos ou de eleitores que pretendiam votar nulo/branco em favor do petista.
Os dois candidatos tiveram de adequar seus discursos conforme a campanha se dirigia ao final. Haddad, principalmente sobre a citação a uma nova Constituinte. Bolsonaro, também sobre uma Constituinte, além de citações de seu vice, o general Mourão, contrário a direitos trabalhistas e favorável a novos impostos, de seu filho, sobre como seria fácil “fechar o Supremo”.
Ambos votaram pela manhã, Bolsonaro, por volta das 9h, na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro, e Haddad, cerca de 10h em Moema, na zona sul de São Paulo. O candidato do PSL afirmou naquele momento: “Pelo que eu vi nas ruas nos últimos meses, é vitória”. O petista se disse “esperançoso”.