Atriz tenta proteção policial após denunciar marido por agressões

"Eu praticamente não durmo", disse Cristiane Machado em entrevista ao G1

23/11/2018 13:34

Cristiane Machado revelou ao Fantástico agressões que sofreu do marido
Cristiane Machado revelou ao Fantástico agressões que sofreu do marido - Reprodução/TVGlobo

A atriz Cristiane Machado, que denunciou ao Fantástico uma série de agressões do marido, o empresário e ex-diplomata Sergio Schiller Thompson-Flores, disse em entrevista ao G1 que pediu proteção do estado por ter medo de ser morta ou ver seus pais assassinados.

“Estou com muito medo. Estou me sentindo totalmente coagida. Meu advogado está tentando até proteção policial para mim”, relatou a vítima na tarde desta quarta-feira, 21, enquanto ia para a Delegacia de Mulheres, no centro do Rio de Janeiro, para registrar outros fatos ao inquérito.

“Enquanto ele não for preso, eu fico em pânico. Eu praticamente não durmo. Estou sempre olhado câmeras, sempre andando com alguém. Eu não posso ficar sozinha nem na minha casa. Estou fazendo revezamento de lugares onde eu fico”, completou Cristiane ao falar sobre a suspeita de que o agressor permaneça no Rio.

O advogado da atriz, Sylvio Guerra, explicou que será apresentado um aditivo à denúncia com uma relação de bens de Cristiane que foram destruídos pelo marido, como computador, celular, joias, roupas e o HD com toda sua vida de atriz. Esses itens foram destruídos antes de a prisão preventiva ter sido decretada, no dia 31 de outubro.

Procurada pela reportagem, a defesa de Thompson-Flores não retornou o contato. Ao Fantástico, os advogados do acusado negaram as agressões e afirmaram que consideram ilegal o mandado de prisão contra ele. Segundo eles, as acusações são motivadas por interesse financeiro e as imagens foram editadas.

Veja como denunciar a violência doméstica

No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia, 180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.

A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.