BA: Bebe morre após nascer no chão de hospital que negou atendimento
A mulher chegou à maternidade prestes a parir e mesmo assim, somente depois do preenchimento de uma ficha ela pode ser atendida
Uma bebê morreu cinco dias após nascer no chão da maternidade do Hospital da Mulher de Juazeiro (BA) que negou atendimento à mãe grávida que chegou na unidade prestes a parir porque a ficha de entrada precisava ser preenchida primeiro. A recém-nascida teve uma parada cardiorrespiratória. A família acusa o Hospital da Mulher de negligência médica.
Jessica Ferreira Santos, de 27 anos, teve eclâmpsia (aumento da pressão arterial e convulsão) e está estável internada na UTI. O parto aconteceu no último dia 28, e a mãe estava grávida de 29 semanas.
A irmã de Jéssica, Luana Ferreira Pinto, de 29 anos, contou ao G1 que a grávida chegou na maternidade em trabalho de parto, mas só foi atendida após dar à luz, sem ajuda de nenhum profissional de saúde. “Chegando lá, eu pedi ajuda porque ela não estava em condições de descer do carro, porque a ‘bebezinha’ já estava encaixada. Eles [funcionários do hospital] me disseram que não tinha cadeira de rodas e nem maca”, contou Luana.
“A recepcionista disse que não tinha como ela entrar direto [para atendimento médico], porque tinha que esperar fazer a ficha”, contou Luana. O marido dela ficou para preenchimento da ficha e Luana com a irmã que sentia muitas dores, agonizando, até que a bebê nasceu ali mesmo, no chão. “Minha irmã chorando e ninguém chegava perto para me ajudar”, disse Luana.
A irmã de Jéssica ainda contou que após muitos gritos, uma mulher que aguardava atendimento, pegou a criança do chão e só depois, dois enfermeiros se aproximaram, cortaram o cordão umbilical da recém-nascida e a levaram para uma sala da maternidade.
Para ver o relato completo de Luana sobre o descaso da maternidade com a mulher, clique aqui.
A Secretaria de Saúde de Juazeiro não se manifestou sobre as reclamações da família de Jéssica. “Infelizmente, nesta segunda-feira, ela teve uma parada [cardiorrespiratória], as manobras de reanimação foram feitas, mas a bebê não reagiu. A secretaria lamenta o ocorrido, e neste momento, se solidariza com a família da criança”, disse na nota.