Biografias de lideranças negras são censuradas no site da Fundação Palmares

Entre os textos removidos, estão os que falam sobre Zumbi dos Palmares e sobre Carolina de Jesus

Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares
Créditos: Reprodução/Facebook
Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares

Funcionários acusam Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, de censurar biografias de lideranças e personalidades negras históricas no site do órgão, segundo reportagem da Folha de S.Paulo e do Alma Preta. A instituição federal seria a responsável por preservar essa memória.

Segundo as denúncias dos servidores, feitas de forma anônima, o chefe da Fundação negou a importância dessas figuras históricas, principalmente aqueles que são conhecidos como símbolos da esquerda, e ordenou que uma das principais páginas do site fosse apagada.

No endereço da internet, havia um mosaico com fotografias e nomes, que direcionavam para artigos sobre a vida de mulheres e homens negros, como Zumbi dos Palmares, que dá nome ao órgão, os abolicionistas Luís Gama e André Rebouças, e a escritora Carolina de Jesus. Ainda é possível encontrar estes textos ao digitar o nome das personalidades no campo de pesquisa do site.

Além da censura dentro da plataforma, o apagamento da história de pessoas negras ocorre no dia a dia da Fundação Palmares. Um dos projetos nos planos de Camargo é a construção de uma biblioteca para valorizar o papel da corte portuguesa na formação da identidade brasileira e no processo de abolição da escravatura.

Outra ação foi a retirada de uma estátua de Zumbi dos Palmares da entrada da sede da fundação em Brasília. A escultura foi guardada em um depósito por uma funcionária do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra com o objetivo de agradar o presidente da instituição.