Bispo cobrava ‘mensalinho’ de padres para ocultar casos de pedofilia

 Dossiê aponta indícios de que bispo recebia pagamentos de padres em troca de silêncio sobre abusos sexuais

A revista Veja desta semana traz novas denúncias de um dos maiores escândalos de abuso sexual da Igreja Católica no Brasil. A reportagem não trata apenas de casos de pedofilia que contaram com a conveniência de autoridades religiosas por décadas.

Um dossiê enviado ao Vaticano no final de 2018 aponta fortes indícios de um “mensalinho do abuso“, envolvendo o bispo emérito da Diocese de Limeira, dom Vilson Dias de Oliveira, que, antes de renunciar, teve sob sua jurisdição 16 cidades do interior paulista.

Dossiê aponta indícios de que bispo Vilson Dias de Oliveira recebia pagamentos de padres em troca de silêncio sobre abusos sexuais
Créditos: Diocese de Limeira
Dossiê aponta indícios de que bispo Vilson Dias de Oliveira recebia pagamentos de padres em troca de silêncio sobre abusos sexuais

De acordo com as denúncias, o religioso exigia propinas dos párocos de conduta condenável para deixá-los atuar sem ser investigados –uma prática que teria rendido dividendos visíveis.

O bispo possui dez imóveis registrados em seu nome, todos em São Paulo. Metade deles na cidade de Guaíra e os outros em Itanhaém, no litoral sul paulista. Em uma avaliação conservadora, a soma do patrimônio supera R$ 1,5 milhão. Segundo a reportagem da Veja, é o verdadeiro milagre da multiplicação imobiliária.

A reportagem de João Batista Jr., Adriana Dias Lopes e Edoardo Ghirotto traz também relatos de jovens abusados. Leia aqui a matéria completa.

Investigações

Três clérigos são alvo de investigação da Polícia Civil de São Paulo e o Vaticano. São eles: Pedro Leandro Ricardo (seis vítimas), Felipe Negro (duas vítimas) e Carlos Alberto da Rocha (uma vítima).