Bolsonaro diz que não consegue ‘matar esse câncer’ das ONGs

"Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG", disse o presidente em live

04/09/2020 13:00

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez mais uma demonstração de que não se importa com o desmatamento da Amazônia. Em live semanal, nesta quinta-feira, 3, ele lamentou não conseguir “matar esse câncer chamado ONG”.

“Você sabe que as ONGs, em grande parte, não têm vez comigo. Boto para quebrar em cima desse pessoal lá, não consigo matar esse câncer, em grande parte, chamado ONG”, disse o presidente na transmissão semanal nas redes sociais.

Em live semanal, presidente Jair Bolsonaro minimizou as queimadas na Amazônia e atacou ONGs
Em live semanal, presidente Jair Bolsonaro minimizou as queimadas na Amazônia e atacou ONGs - Marcos Corrêa/PR

O presidente ainda ironizou os dados que apontam os aumentos recordes das queimadas na região da Amazônia e do Pantanal desde o ano passado.

“O pessoal acha que está pegando fogo não sei onde e é só chegar lá e apagar, com um abafador, dar uma cuspida em cima da fogueira”, disse Bolsonaro.

– Live de quinta-feira (03/09/2020). Com os resultados do Ministério da Justiça e Segurança Pública, sob o comando do Ministro (André Mendonça) e mais. Assista! . Link no YouTube: https://youtu.be/2tB4XLKXSeI

Posted by Jair Messias Bolsonaro on Thursday, September 3, 2020

O presidente também minimizou o monitoramento feito por satélite dos focos de incêndio e afirmou que até “fogueira de São João” é contabilizada.

A declaração ocorre após o país registrar em agosto o maior número de focos de incêndio no país em 2020. Na Amazônia, o total de focos de janeiro até agosto foi 39% maior que a média dos últimos dez anos, segundo dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espacial), divulgados pelo WWF-Brasil.

Dos 44.013 focos de queimadas registrados este ano, 29.307 ocorreram entre 1º e 31 de agosto, ou 66,5% do total. O número ficou um pouco abaixo do mesmo período de 2019, quando foram 30.900 focos.