Bolsonaro libera milhões em publicidade para Datena e Ratinho

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro já concedeu inúmeras entrevistas exclusivas ao SBT, Record, Band e Rede TV!

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) privilegiou canais de TV ligados a grupos alinhados ao governo Jair Bolsonaro na campanha publicitária da reforma da Previdência.

De acordo com reportagem publicada pela Folha nesta segunda-feira, 27, Record, Band e SBT foram contempladas com R$ 6,5 milhões, R$ 1,1 milhão e R$ 5,4 milhões, respectivamente.

Silvio Santos (SBT) e Edir Macedo (Record) duranta a posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019
Créditos: Reprodução/TV Brasil
Silvio Santos (SBT) e Edir Macedo (Record) duranta a posse de Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019

Líder de audiência no país, a TV Globo recebeu R$ 2,6 milhões.

Entre os principais beneficiados com o merchandising do governo estão os programas comandados por Datena (Band); Ana Hickman (Record); Ratinho (SBT); e Luciana Gimenez (Rede TV!).

Desde que assumiu o governo, Bolsonaro já concedeu inúmeras entrevistas exclusivas ao SBT, Record, Band e Rede TV!

Segundo a reportagem, “o plano de mídia excluiu a Globo nacional da lista de contratadas”.  Leia a reportagem na íntegra.

Fabio Wajngarten

No dia 15 de janeiro a Folha revelou que o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, recebeu, por meio de uma empresa da qual é sócio, dinheiro de emissoras de TV e agências de publicidade que têm contrato com o governo de Bolsonaro, como a Band e a Record.

Wajngarten começou a comandar a Secom em abril de 2019 e, desde então, também passou a ser o principal sócio da FW Comunicação e Marketing. A empresa oferece estudos de mídia para TVs e agências, como mapas de anunciantes do mercado. Além disso, verifica se peças publicitárias contratadas foram veiculadas. De acordo com a Receita e da Junta Comercial de São Paulo, Fabio é dono de 95% de cotas do negócio e tem sua mãe como sócia.

A Secom é responsável por distribuir a verba de propaganda do Planalto e também por ditar as regras para as contas dos demais órgãos federais. No ano passado, gastou R$ 197 milhões em campanhas.

Questionado sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) encerrou uma entrevista coletiva na porta do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. “Está encerrada essa coletiva”, disse.