Bolsonaro usa termo pejorativo para ofender governadores do nordeste
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informa que não irá comentar o caso
Antes de começar o café da manhã de hoje, 19, com jornalistas estrangeiros, o presidente Jair Bolsonaro deixou escapar que “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão; tem que ter nada com esse cara”.
O termo pejorativo foi usado em conversa com o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. Conversa essa registrada pela TV Brasil, vindo a viralizar nas redes sociais horas mais tarde.
Em resposta, os governadores do Nordeste divulgaram uma carta pedindo explicações, além de expressar espanto e profunda indignação. Já os governadores dos dois Estados citados fizeram as seguintes declarações nas redes sociais: “Como conheço a Constituição e as leis do Brasil, irei continuar a dialogar respeitosamente com as autoridades do governo federal e a colaborar administrativamente no que for possível. Eu respeito os princípios da legalidade e impessoalidade (artigo 37 da Constituição)”, postou Flávio Dino (PC do B), do Maranhão.
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Enquanto que João Azevêdo (PSB), da Paraíba, afirma: “A respeito das declarações do presidente Jair Bolsonaro, quero dizer que condenamos toda e qualquer postura que venha ferir os princípios básicos da unidade federativa e as relações institucionais deles decorrentes.”
Leia a carta:
“Carta dos Governadores do Nordeste
19 de Julho de 2019
Nós governadores do Nordeste, em respeito à Constituição e à democracia, sempre buscamos manter produtiva relação institucional com o Governo Federal. Independentemente de normais diferenças políticas, o princípio federativo exige que os governos mantenham diálogo e convergências, a fim de que metas administrativas sejam concretizadas visando sempre melhorar a vida da população.
Recebemos com espanto e profunda indignação a declaração do presidente da República transmitindo orientações de retaliação a governos estaduais, durante encontro com a imprensa internacional. Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia.”