Campanha global quer que mais mulheres tenham acesso a informações sobre saúde e sexualidade

A campanha “Meu corpo, meus direitos” quer superar a falta de informações e a concentração do acesso aos direitos reprodutivos e sexuais das mulheres

25/03/2013 15:28 / Atualizado em 04/05/2020 11:33

Meu corpo, meus direitos.” Esse é o slogan da campanha recém-lançada pela organização Anistia Internacional, que tem como objetivo chamar a atenção da sociedade para os direitos sexuais e reprodutivos da mulheres.

O projeto também é destinado a mães como Fatimata, uma moradora da  área rural de Burkina Faso que vai todos os dias buscar água com o filho nas costas
O projeto também é destinado a mães como Fatimata, uma moradora da  área rural de Burkina Faso que vai todos os dias buscar água com o filho nas costas

Mas o que é isso?

A luta é pelo maior acesso de mulheres e meninas a condições iguais de saúde, independentemente de diferenças sociais ou econômicas. No Brasil, segundo dados do IBGE (2009), 22,9% das mulheres brancas não fizeram exames médicos durante a gravidez, contra 33,9% das negras. A mortalidade infantil é de 13,24% para brancos e 21,24% para negros. E a expectativa de vida é de 74,9 e 71,7 anos, respectivamente.

Assim, a questão é levar informações sobre saúde sexual e reprodutiva ao maior número possível de mulheres. O objetivo da campanha é superar os obstáculos geralmente encontrados no caminho dessa informação. Os empecilhos variam entre falta de investimentos governamentais em centros de saúde e dificuldades de comunicação com populações mais afastadas dos grandes centros.

O programa da campanha incluiu medidas focadas na redução das mortalidades infantil e maternal, além da na prevenção e controle de HIV/AIDS e do incentivo à informação, educação, comunicação, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento em diversas regiões do planeta.

Usuária do sistema de saúde pública de Serra Leoa, Binta quase morreu ao dar à luz em 2009 e ainda teve que pagar o táxi e as taxas do hospital
Usuária do sistema de saúde pública de Serra Leoa, Binta quase morreu ao dar à luz em 2009 e ainda teve que pagar o táxi e as taxas do hospital

Ajude

Além de divulgar informações sobre a situação dos direitos sexuais e reprodutivos em alguns países, a campanha quer fazer um apelo a líderes globais, representantes da ONU e organizações internacionais para que protejam as conquistas que vão sendo alcançadas.

Qualquer um pode fazer parte deste processo. Uma petição está disponível na página da campanha e as assinaturas recolhidas serão entregues às autoridades em eventos ao longo de 2013. O canal de TV a cabo GNT também irá recolher assinaturas para a campanha em sua página do Facebook.

A campanha será conduzida durante todo o ano tendo em vista que 2013 marca o início das discussões preparatórias para a conferência Cairo + 20, que será realizada pela ONU para revisão do Programa de Ação adotado após a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada no Egito em 1994. Neste encontro, chefes de Estado e representantes da ONU irão examinar os esforços dos países em colocar em prática os compromissos firmados na ocasião.