Campanha promove ‘apitaço’ contra o assédio no carnaval de São Luis do Paraitinga

Uma campanha que teve início nas redes sociais incentiva que as mulheres usem apitos para denunciar casos de assédio sexual no carnaval de São Luis do Paraitinga.

A iniciativa partiu da cantora Lia Marques, depois que ela presenciou uma garota que caminhava sozinha pelas ruas do centro sendo intimidada por um grupo de jovens durante o festival de marchinhas.

Depois que seu relato sobre o corrido foi compartilhado nas redes, Lia criou a campanha junto com outras duas amigas. No vídeo de apresentação publicado na página Apito Contra o Assédio, no Facebook, elas explicam como funciona a campanha:

“Nas ultimas festas, nós mulheres temos sofrido muito com o assédio, desde assobio até puxões de cabelos e mãos. Por isso criamos a campanha apito contra o assédio. A ideia é que as mulheres andem com o apito e ao sentirem uma situação desconfortável, apitem. Ao ouvir o som, vamos nos unir à pessoa que está apitando para deixar claro que isso não é legal.”

As organizadoras da campanha Apito contra o Assédio

A campanha teve início no festival de marchinhas, realizado no último fim de semana na cidade, e já produziu efeito. “A gente distribuiu alguns apitos e já tivemos relatos positivos no fim de semana. Algumas meninas disseram que os caras fugiram assim que elas começaram a apitar. O barulho já afastou os caras”, disse Lia ao Catraca Livre.

Para ter apitos suficientes durante o carnaval, as organizadoras pediram apoio do comércio local e montaram uma campanha no Catarse para a compra de 1.536 apitos, mas elas recomendam que cada mulher leve o seu para garantir todas possam participar.

#CarnavalSemAssédio

Iniciativas como a de Lia podem parecer simples, mas ajudam no combate ao assédio e para a conscientizar a população. O Catraca Livre também está comprometido na luta contra o assédio e lançou este mês a campanha #CarnavalSemAssédio, idealizada em parceria com a revista AzMina, os movimentos #AgoraÉQueSãoElas e Vamos Juntas?, o Bloco Mulheres Rodadas, a advogada de direitos humanos Andrea Florence e a arquiteta e urbanista Marília Ferrari.

O objetivo é lutar contra a violência e o machismo, promovendo a discussão de que assédio é assédio em qualquer época do ano.

Você já viveu algum caso de abuso sexual durante a folia? Compartilhe a sua história nas redes sociais com a hashtag #CarnavalSemAssédio e ajude a quebrar o silêncio.

Catraca Livre lança essa campanha para que todos pulemos com mais alegria. Diversão, pouca roupa, bebida: nada disso é desculpa para investidas sem consentimento.Já passou por isso? Compartilhe sua história e participe da campanha #CarnavalSemAssédiohttp://bit.ly/1UdEVN5___Confira aqui a programação dos blocos de SP: http://bit.ly/1S7pQxi

Publicado por Catraca Livre em Quinta, 21 de janeiro de 2016