Justiça do Rio quebra sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro

A decisão acontece logo após a investigação sobre contratação de funcionários “fantasmas” para seu gabinete

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). A decisão aconteceu após investigação sobre contratação de funcionários “fantasmas” para seu gabinete.

Justiça do Rio quebra sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro
Créditos: Reprodução/Instagram @carlosbolsonaro
Justiça do Rio quebra sigilos fiscal e bancário de Carlos Bolsonaro

O pedido foi feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (Mp-RJ), ao apontar, na prática, indícios de crime de peculato. Pelo esquema, conhecido como “rachadinha”, funcionários são contratados sem trabalhar e repassam parte do salário pago pela Câmara ao gabinete. Outras 26 pessoas e sete empresas também tiveram quebra de sigilos.

A suspeita do Ministério Público é que o crime aconteça desde o primeiro mandato de Carlos Bolsonaro na Câmara do Rio, no ano de 2001. Outras suspeitas no mesmo vipes já envolveram também o irmão Flávio Bolsonaro, quando o atual senador do Republicanos era deputado estadual pelo Rio de Janeiro (2003-2019), e o gabinete do pai, o presidente Jair Bolsonaro, quando exercia a função de deputado federal (1991-2019).

Investigação aponta funcionários “fantasmas” no gabinete de Carlos Bolsonaro
Créditos: Reprodução/Instagram @carlosbolsonaro
Investigação aponta funcionários “fantasmas” no gabinete de Carlos Bolsonaro

Família Bolsonaro e a ‘rachadinha’

A prática da “rachadinha” é uma operação de transferência de recursos da conta do funcionário para o parlamentar ou pessoas mais próximas. O dinheiro seria sacado das contas fantasmas e entregue a pessoas dos gabinetes para, no fim, ser utilizado para pagar despesas ou adquirir bens para o parlamentar. Um dos personagens que ficou conhecido por supostamente operar esquema desse tipo é o amigo de longa data da família, Fabrício Queiroz.

Segundo reportagem do G1, os assessores do gabinete suspeitos de serem os funcionários “fantasmas” foram divididos pelo Ministério Público em seis partes. Uma delas seria formado por parentes de Ana Cristina Siqueira Valle – ex-mulher do presidente Bolsonaro, mãe de Jair Renan, o filho 04. Ela foi chefe do gabinete de Carlos Bolsonaro, entre os anos de 2001 e 2008. Desde junho deste ano, Ana Cristina e Jair Renan estão morando em mansão avaliada em R$ 3,2 milhões no Lago Sul, área nobre de Brasília.