Caso Carrefour: polícia indicia 6 pela morte de João Alberto
Para a polícia, não houve crime de injúria racial, mas o soldador foi vítima de "racismo estrutural
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou nesta sexta-feira, 11, seis pessoas no caso da morte do soldador João Alberto, cliente negro assassinado por seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre.
Todos foram indiciados por homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou defesa.
Os indiciados são os dois seguranças que cometeram as agressões, a fiscal que acompanhou toda a ação, um segurança que fala para João Alberto “não fazer cena”, e dois funcionários com participação menor no caso.
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Para a polícia, não houve crime de injúria racial, mas Beto, como era conhecido o cliente negro, foi vítima de “racismo estrutural”, citado como motivo torpe nas qualificadoras pela delegada do caso, Roberta Bertoldo.
Segundo a polícia, a partir da análise das provas coletadas, é possível identificar que houve um exagero nas agressões impostas à vítima. Sendo, para a polícia, resultado da fragilidade socioeconômica da vítima.
Quem são os indiciados pela morte de João Alberto:
- Giovane Gaspar da Silva – ex-PM temporário e funcionário da empresa de segurança terceirizada contratada pelo Carrefour; foi um dos agressores;
- Magno Braz Borges – funcionário da empresa de segurança terceirizada contratada pelo Carrefour; foi um dos agressores;
- Adriana Alves Dutra – agente de fiscalização que acompanhou toda a ação, não impediu as agressões e tentou proibir que a situação fosse filmada;
- Paulo Francisco da Silva – funcionário do Carrefour que viu toda a ação e chegou a dizer para João Alberto parar de fazer “cena” enquanto era agredido. Intimidou as pessoas em volta e, para a polícia, teve conduta similar à de Adriana;
- Rafael Rezende – funcionário do Carrefour que aparece correndo em direção ao estacionamento antes de João ser agredido; foi flagrado intimidando e afastando as pessoas que estavam no entorno;
- Kleiton Silva Santos – funcionário do Carrefour que aparece correndo em direção ao estacionamento antes de João ser agredido; foi flagrado intimidando e afastando as pessoas que estavam no entorno.