Charlie Hebdo lança edição especial um ano após ataque que deixou 12 mortos
Ataque ocorreu na manhã do 7 de janeiro de 2014
No dia 7 de janeiro de 2015, três homens armados invadiram a sede do semanário “Charlie Hebdo” em um ataque que deixou 12 mortos na redação, além de outros cinco óbitos em um supermercado de Paris. Às vésperas do primeiro aniversário da chacina, a revista lança, nesta semana, uma edição especial que leva na capa a charge de um deus barbudo com uma Kalashnikov e roupa ensaguentada, com a legenda: “1 ano depois, o assassino ainda corre”.
A edição, que terá tiragem de um milhão de exemplares, e será distribuída em diversos países além da França, dá destaque para o texto do editor Laurent Sourisseau, conhecido como Riss, que descreve o silêncio depois que homens armados abriram fogo contra a redação e denuncia os “fanáticos alienados pelo Alcorão” e devotos de outras religiões” que queriam a morte da publicação.
Charges lembrarão legado das vítimas
- Bolsonaro é retratado na Charlie Hebdo fazendo cocô no Brasil
- ‘Charlie Hebdo’ ironiza vítimas de terremoto na Itália
- “Charlie Hebdo” recebe críticas após satirizar morte de criança síria
- Cartunista sofre ameaças da Igreja Universal após ser acusado de intolerância religiosa
A edição especial contará com um caderno de charges de algumas das vítimas – Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous, assim como de outros profissionais, além de mensagens de apoio de várias personalidades. Entre os colaboradores externos, estão a ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin; atrizes, como Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg e Juliette Binoche; intelectuais, como Élisabeth Badinter, a bengalesa Taslima Nasreen e o americano Russell Banks; e o músico Ibrahim Maalouf.
Com tiragem atual de 100 mil exemplares, a redação viveu um momento de reviravolta em sua rotina de trabalho, quando passava por uma crise substancial de vendas. Depois do atentado, a revista ganhou status de símbolo da liberdade de expressão mundial e arrecadou milhões de euros em doações.