Chile desiste de sediar COP 25 após protestos

ONU busca alternativas para abrigar a Conferência Mundial do Clima

Oficiais das Forças Armadas e sociedade civil limpeza nas praias em todo o Chile
Créditos: Francisco Mendoza
Oficiais das Forças Armadas e sociedade civil limpeza nas praias em todo o Chile

O governo do Chile anunciou nesta quarta-feira, 30, que não será mais sede de duas cúpulas internacionais, a COP 25 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019) e a Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).

Em pronunciamento no Palácio de La Moneda, sede do governo, o presidente Sebastián Piñera disse que a decisão veio devido aos protestos que assolam o país há 13 dias. As informações são da Agência Brasil.

“Nossa primeira preocupação e prioridade como governo é concentrar-nos, primeiro, em restaurar completamente a ordem pública, a segurança dos cidadãos e a paz social; segundo, promover com toda a força e urgência a nova agenda social necessária para responder às principais demandas de nossos cidadãos; e terceiro, promover um amplo e profundo processo de diálogo para ouvir nossos compatriotas”, afirmou Piñera.

Em Barcelona, manifestantes mostram solidariedade ao povo chileno
Créditos: Tono_Carbajo/ Fotomovimiento
Em Barcelona, manifestantes mostram solidariedade ao povo chileno

“Nosso governo, com muita dor, porque isso é uma dor para o Chile, resolveu não realizar a cúpula da Apec nem a cúpula da COP. Sentimos e lamentamos profundamente os problemas e inconvenientes que esta decisão significará para ambas as cúpulas”, declarou o presidente, ao reconhecer a importância de ambos eventos para o Chile e para o mundo.

A Conferência da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, que reuniria presidentes de 21 países e tem como objetivo a promoção do livre comércio na região da Ásia-Pacífico, estava marcada para acontecer entre os dias 16 e 17 de novembro. A COP25, aconteceria entre os dias 2 e 13 de dezembro.

COP 25

Inicialmente, a realização da COP 25 estava marcada para ocorrer no Brasil, mas com a desistência de receber o evento no país, anunciada em 2018 pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, o Chile se ofereceu para abrigar a reunião.

Em comunicado, a secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), Patricia Espinosa, disse que recebeu o anúncio do presidente chileno e que a instituição está estudando opções alternativas para receber a conferência.