Cirurgião deforma nariz de mais de 30 pacientes e é denunciado
“Tinha um buraco dentro do meu nariz e não fechava, estava com a cartilagem exposta", contou uma paciente
A Polícia Civil investiga denuncias sobre o cirurgião plástico Alan Landecker, suspeito de erros consecutivos erros médicos durante as rinoplastias, cirurgias plásticas no nariz de pacientes. Mais de 30 pacientes relatam problemas nos procedimentos realizados pelo médico.
Como escolher um cirurgião plástico com segurança?
A Polícia Civil e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já iniciaram investigações.
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Sarah Cardoso, modelo, de 29 anos, contou ao portal G1, que foi até o cirurgião para fazer uma correção de um outro procedimento feito no nariz, que não gostou do resultado. Segundo ela, após a cirurgia, em outubro de 2020, ficou com dificuldade de respirar. Um mês depois, em novembro do ano passado, ela reparou que tinha um buraco no nariz.
“Tinha um buraco dentro do meu nariz e não fechava, estava com a cartilagem exposta. o médico mandava eu passar um pomada para fechar. A ponta do meu nariz estava sempre muita vermelha e inchado, mas eu achava que era normal, porque fazia pouco tempo que tinha operado”, relatou a modelo.
Sarah Cardoso ainda contou que seu nariz começou a tomar formatos diferentes e que ela sentia dor na região. Com este quadro, a modelo procurou o médico, que sabia que ela estava com uma infecção bacteriana, mas não lhe falou nada.
“No prontuário que eu peguei com ele confirma que sabia que eu estava com infecção em dezembro, mas não me alertou. Ele me alertou só no final de janeiro. Então, ele foi muito imprudente, poderia ter acontecido várias coisas se ele fosse verdadeiro comigo”, afirmou a paciente.
Segundo seu relato ao G1, Sarah passou por 60 dias de tratamento antibiótico intravenoso e gastou mais de R$ 70 mil para refazer a cirurgia, mas não resolveu seu problema. Ainda de acordo com a modelo, as coisas só melhoraram quando ela trocou de médico.
Após fazer publicações nas redes sociais denunciando seu caso, ela se deparou com diversos pacientes relatando problemas parecidos com o cirurgião plástico.
Um grupo no Whatsapp de ex-pacientes que compartilham os erros do médico e os transtornos causados já chegou a ter 50 pessoas.
Um dos casos mais graves é o do empresário Veraldino de Freitas Júnior, de 35 anos. Ele operou em setembro de 2020 e continua com uma ferida aberta.
“No pós-operatório, meu nariz não desinchou, com o passar dos dias começou a feder, com as pessoas do meu convívio percebendo o odor insuportável, até que no 15º dia abriu uma ferida”, contou.
O paciente já gastou mais de R$ 300 mil, em outras três cirurgias, o uso intravenoso de antibióticos e sua saúde emocional, por causa dos erros do cirurgião plástico.
Apesar das acusações, o cirurgião plástico repudia as acusações e diz que o problema dos pacientes é que eles teriam descumprido suas orientações no pós operatório.
“As imputações e ataques à honra, religião e reputação do Dr. Landecker, nas redes sociais, são alvo de representações, ações criminais e cíveis e seus autores serão devidamente responsabilizados”, disse o médico por meio de nota assinada por seus advogados.