Como escolher um cirurgião plástico com segurança?

Confira os critérios que todo paciente deve ater-se antes de escolher um profissional

Entidades recomendam uma checklist antes de escolher por um cirurgião plástico
Créditos: BraunS/istock
Entidades recomendam uma checklist antes de escolher por um cirurgião plástico

É considerável o número de pessoas que ficam insatisfeitas com o resultado de uma plástica ou outro procedimento estético. Tanto é que muitos médicos se dedicam a cirurgias corretivas, aquelas que alteram o resultado da primeira intervenção cirúrgica. Muitas vezes, isso acontece por conta da falta de cuidado na hora escolher um cirurgião plástico.

Nem todo médico é qualificado ou experiente em todos os procedimentos. De acordo com dados do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o CREMESP, colhidos em 2008, cerca de 97% dos médicos que respondiam a processos éticos-profissionais relacionados à cirurgias plásticas e procedimentos estéticos não possuíam título de especialista na área.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda que todos os pacientes sigam alguns critérios para sua própria segurança. O primeiro é checar se o médico responsável pelo procedimento tem cadastro ativo no Conselho Regional de Medicina da região em que atua e se, de fato, é habilitado em cirurgia plástica.

Além disso, recomenda-se pesquisar no site da SBCP se o profissional é filiado à entidade. Embora não seja obrigatório, é uma forma de o paciente resguardar-se. “Na formação de um cirurgião plástico, são 11 anos de estudo: 6 anos como médico, 2 em cirurgia geral e mais 3 anos em cirurgia plástica. Então, é muito clara a diferença entre um profissional que se prepara durante 11 anos para exercer aquela especialidade e outro que não está habilitado”, explica Níveo Steffen, presidente da SBCP.

Redes sociais não podem ser um norte

Embora seja proibido, médicos postam fotos de antes e depois nas redes sociais
Créditos: reprodução/Instagram
Embora seja proibido, médicos postam fotos de antes e depois nas redes sociais

Milhões de brasileiros pesquisam informações sobre saúde no Google e, com tamanha demanda, é natural que muitos profissionais utilizem a internet e as redes sociais para se comunicarem com os pacientes. O problema é que muitas vezes essa comunicação fere o código de ética médica.

Em uma busca rápida no Instagram, é possível encontrar imagens de antes e depois de procedimentos estéticos e cirurgias. Essa divulgação, no entanto, é proibida pelo Conselho Federal de Medicina e pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. O objetivo da resolução do CFM é preservar a integridade do paciente, coibir o sensacionalismo e a autopromoção.

O recente caso do médico Denis Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, chamou atenção para o problema. Com mais de 600 mil seguidores nas redes sociais, o médico fazia sucesso ao falar sobre os procedimentos realizados por ele e publicar imagens de antes e depois dos pacientes.

Quando essa é a única forma de um cirurgião plástico comprovar sua experiência, os especialistas recomendam que os pacientes desconfiem. “Um grande perigo no exercício da cirurgia plástica é a sedução que as redes sociais têm sobre as pessoas”, comenta o presidente da SBCP.

Com raríssimas exceções, a cirurgia plástica não costuma ser algo emergencial, portanto, os médicos recomendam que o paciente não tenha pressa, planeje e pesquise bem sobre o procedimento, o profissional e o local que será realizado.

Confira todos os critérios que você deve ter ao escolher um cirurgião plástico:

  • Consultar se o médico é credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
  • Checar se o médico tem registro no Conselho Regional de Medicina da região onde atua
  • Agendar uma consulta para tirar todas as dúvidas sobre o procedimento antes de realizá-lo
  • Desconfiar de profissionais que cobram valores muito abaixo do mercado
  • Perguntar se a clínica onde será realizado o procedimento tem o alvará de funcionamento concedido pela prefeitura e pedir para ter acesso à licença sanitária