Com apenas 7 anos, a sul-africana Michelle já escreveu 4 livros

Na primeira vez que a pequena Michelle Nkamankeng viu o mar, não entendeu por que os adultos insistiam em ficar apenas, apenas observando o horizonte. Quando seu pai explicou que eles estavam esperando as ondas, a menina teve um insight. Iria escrever o seu primeiro livro.

Os pais apreciaram a atitude da filha, mas acharam que não passaria daí, e guardaram o manuscrito na estante. Tempo depois, Michelle entregou a eles o próximo livro, dizendo que, se eles não pretendiam publicá-los, deixaria de escrever.

“Eu apenas ri e não levei nada disso a sério. Ela começou a pegar papéis em casa e amarrou o bloco como um livro. Ela fez tudo isso em segredo. Nós não tínhamos ideia do que ela estava fazendo até que ela deu a sua mãe o conteúdo escrito à mão, grampeado e encapado”, relatou o pai na entrevista ao Destiny Connect.

Hoje, a pequena já tem quatro livros escritos e tem chamado a atenção da imprensa internacional. Michelle já deu entrevistas a BBC, CNBC Africa, entre outros.

Do alto de seus 7 anos, Michelle já fez seu nome na literatura mundial. Na foto, ela aparece no estúdio do canal de TV CNBC Africa.

Waiting for the waves” (disponível na Amazon), obra de estreia da escritora mirim,  foi o responsável por torná-la a mais jovem escritora do continente africano a entrar na lista dos dez melhores escritores infantis do mundo.

“Escrever é divertido para mim e eu amo escrever no meu tempo livre. Eu amo escrever sozinha no silêncio do meu quarto. Às vezes eu peço conselhos para a minha irmã mais velha, que é a minha principal fonte de inspiração”, contou a pequena, em entrevista ao site All4Women.

Em seu primeiro livro, Michelle se inspirou na experiência pessoal de um dia na praia e com a família; graças a ele, ela conseguiu superar seu medo das ondas.

Literatura e representatividade

Muito além de um talento precoce, a literatura de Michelle simboliza o empoderamento de uma menina negra sul-africana, e encampa um ideal de representatividade que a literatura mundial está longe de atingir. Graças a ela, que se tornou a mais jovem literata da África do Sul, a identidade da cultura africana ganhou representação em uma criança que, com apenas 7 anos, já sabe que identidade é algo social e historicamente construído.

Para os pais, a história de Michelle representa a importância do incentivo à leitura na infância e o valor da presença efetiva dos responsáveis nas escolhas da criança, afinal, a paixão de Michelle pela literatura não deve interferir em sua rotina escolar.

*Com informações do HuffPost Brasil