Com ocupações artísticas, grupos lutam por espaços para produção cultural em SP

Veja exemplos de ocupações em São Paulo e conheça a história do movimento no mundo

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a cidade de São Paulo tem cerca de 400 mil imóveis ociosos, entre casas e edifícios.

E não são apenas os movimentos por moradia que lutam pela revitalização desses espaços vazios.

Sem espaços adequados para trabalhar e sem condições de pagar os altos aluguéis da cidade, diversos coletivos de artistas ocuparam imóveis para criar espaços de produção artística.

Casa Amarela – Rua Consolação, 1705- Centro – São Paulo

Cultura Popular na Casa Amarela

No dia 20 de fevereiro de 2014, a Casa Amarela foi ocupada e, em apenas três meses, o espaço foi reformado para adequação hidraulica e elétrica.

O local é gerido pelo grupo Atelie Compartilhado, formado por coletivos de artistas membros da Cooperativa Paulista de Teatro.

No local, acontecem apresentações artísticas (teatro, música, dança), oficinas, debates e até aulas de yoga.

O prédio pertence ao INSS.

Centro Cultural Zona Norte recebeu shows de rap
Créditos: Picasa
Centro Cultural Zona Norte recebeu shows de rap

O local foi ocupado no dia 25 de abril de 2014 por artistas e agitadores culturais, movimentos de moradia e juventude, moradores da região e entidades como a Cooperativa Paulista de Teatro e o Sindicato de Artistas de São Paulo.

O objetivo é criar um Centro Cultural Público no local, demanda antiga dos moradores da região.

Ocupação recebeu visita de estudantes do CEU

Ocupado no dia 2 de maio por artistas do Laboratório Compartilhado, que atua na região há três anos. O grupo AnhangabaROOTS já realiza oficinas, laboratórios, cozinha experimental, cinema ao ar livre e saraus.

A ocupação funciona na antiga sede da Escola de Ballet do Teatro Municipal.

Segundo o movimento, o objetivo é ” cuidar para que mais esse patrimônio cultural paulistano venha a retomar vida, seja aberto a visitação pública e possamos com a união de diversos coletivos levar mais cultura a população de toda a cidade”.

Ocupação é realizada por diversos coletivos de artistas

No dia 1 de maio de 2014, diversos grupos e coletivos de artistas de diferentes estados do Brasil ocuparam um prédio de 13 andares.

Cada modalidade artistica tem um andar definido pelo grupo. No local, acontecem oficinas, debates, shows, festas, dança, exposições e performance.

O edifício pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.

Ocupe – rua Junto Mizumoto, 13 -Butantã

Foto da reintegração de posse.

No dia 2 de junho, a Polícia Militar cumpriu reintegração de posse no prédio da SPPrev (São Paulo Previdência). O imóvel estava abandonado há 20 anos e foi ocupado por artistas plásticos.

Cerca de 45 artistas trabalhavam no local e investiram cerca de R$ 30 mil em reformas. O despejo foi realizado sem aviso e boa parte das obras foi apreendida.

O local era aberto e visitado pela comunidade e alunos da região.

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Muito popular em grandes cidades do mundo como Londres, Berlim e Amsterdã, squatting é uma forma de ativismo que propõe a ocupação de uma área abandonada.

As ocupações, quase sempre instaladas em problemas de políticas de habitação, se manifestam através de ações sociais,  de moradia e culturais.

Depois de ocupadas, as moradias dão lugares a  centros comunitários, salas de cinema, bibliotecas, academias, espaços para reuniões, aulas públicas e mais uma série de atividades que proporcionam um ambiente de encontro entre as pessoas.

Assim, os squattings se apresentam como uma possibilidade de vida social, pautada em valores como uto gerenciamento e atividades de contra cultura. Conheça algumas dessas ocupações ao redor do mundo.

À La Place – Liège (Bélgica)

O teatro está aberto de quarta a domingo, das 13h às 24h.

Ocupada por um grupo de atores, as antigas instalações do teatro À La Place, na cidade de Liège, dão lugar a um novo espaço de ações culturais. Abandonado até junho de 2013, hoje o local recebe espetáculos teatrais, performances, oficinas, exposições, shows, uma rádio livre, comedor.

 Los Libros de la Esquina – Buenos Aires (Argentina)

Espaço funcionou por 11 anos de forma autogestionada e autônoma.
Créditos: unknown
Espaço funcionou por 11 anos de forma autogestionada e autônoma.

Ocupada durante 11 anos na cidade de Buenos Aires, a biblioteca Los Libros de La Esquina integrava parte da ocupação de “La Grieta”. No local eram realizadas atividades culturais e educativas abertas para o público.

 Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral – Lisboa (Portugal) 

No espaço são realizados debates, conversas, lançamento de livros, oficinas, cinema, feiras e outras ações.

BOESG (Biblioteca dos Operários e Empregados da Sociedade Geral) é uma antiga biblioteca operária fundada no dia 1 de Janeiro de 1947, localizada na Rua das Janelas Verdes em Lisboa desde 1960. Com o passar dos anos, a BOESG foi acumulando um acervo riquíssimo de cerca de 6 mil livros, quer na área da literatura, quer em muitas outras áreas do saber.

Kunsthaus Tacheles – Berlim (Aleamanha) 

O antigo prédio foi escritório das SS durante a segunda guerra.

O mais famoso dos espaços ocupados por artistas em Berlim,  o espaço é ambientado por  corredores grafitados, dividido em estúdio, onde os artistas criam e expõem suas obras. Grande símbolo do conceito  “art squad”, o local  reúne oficinas de dança, teatro, arte de rua, ateliês e galerias.