Como foi o debate dos candidatos à Presidência no SBT
Sem Lula, candidatos se enfrentaram neste sábado, a uma semana das eleições
Faltando uma semana para o primeiro turno das eleições 2022, os candidatos à Presidência da República se enfrentaram ao vivo no SBT, neste sábado, 24. O debate, com apresentação do jornalista Carlos Nascimento, não contou com a presença de Lula, que alegou ter agenda política no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União), Felipe D’Avila (Novo) e Padre Kelmon (PTB) estiveram presentes. Veja os destaques do debate:
Primeiro bloco do debate
Simone Tebet (MDB) começou fazendo uma pergunta a Jair Bolsonaro (PL). Ela questionou por que o presidente cortou recursos da merenda de creches.
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Bolsonaro disse que a afirmação não é verdadeira, afirmando que o orçamento ainda não foi votado e que Simone foi a favor do orçamento secreto, que ela critica.
Ele ainda se defendeu da acusação de Tebet de que fala palavrão e não defende as mulheres. “Falo alguns palavrões sim, mas não sou ladrão”, disse Bolsonaro, que completou dizendo ser, sim, defensor das mulheres.
Tebet rebateu dizendo que recebeu violência dos ministros de Bolsonaro.
“Você é um péssimo exemplo e mente em cadeia nacional. Você não trabalha, anda de jet ski e moto e não conhece a realidade do Brasil, por isso diz que o Brasil não tem fome”, disse ela.
Soraya Thronicke (União), ao dirigir pergunta ao candidato D’Avila, fez uma brincadeira de “o que é, o que é”. Ela questionou se ela sabia quem foi que economizou na merenda e na compra de vacina, mas gastou com Viagra e prótese peniana.
“O que é o que é: não reajusta merenda escolar, mas gasta milhões em leite condensado; tira remédio da farmácia popular, mas mantém a compra de Viagra; não compra vacina da covid, mas compra prótese peniana para seus amigos”, questionou ela.
D’Avila disse ser contra a polarização e que é um brasileiro que não vive da política. Ele também afirmou ser uma vergonha o orçamento do governo porque não contempla as necessidades dos brasileiros, mas, sim, “as prioridades das corporações, de quem tem lobby no Congresso”.
Segundo bloco do debate
O segundo bloco começou com direito de resposta de Bolsonaro, que se defendeu do uso de dinheiro público para comprar Viagra para militares. O atual presidente disse que Soraya fez uso de R$ 114 milhões do orçamento secreto, que ele classificou como “privativo” do Congresso e afirmou que Soraya só conseguiu se eleger em 2018 por ter se apoiado em sua campanha.
“Sobre Soraya, a senhora não me elegeu não, todo seu material de campanha quer seja santinhos e vídeos está escrito lá a candidata do Bolsonaro, a senhora foi uma estelionatária por ocasião das eleições”, disse Bolsonaro.
Em resposta a Nova Brasil, Simone disse ser “lamentável ter um presidente insensível, despreparado, que não conhece a realidade do Brasil”.
Bolsonaro respondeu negando que seu governo não preste assistência aos mais pobres. Tebet disse que Bolsonaro mente porque ele não queria pagamento de R$ 600 e que esse valor foi uma imposição do Congresso.
“Olha o nariz crescendo. Ele queria R$ 200 [para o Auxílio Brasil], mas o Congresso fez subir para R$ 600. Eu vi o esquema de corrupção para comprar vacina. Esse presidente insensível que virou as costas para o povo quando mais precisava e agora quer o seu voto”, disse Simone Tebet na tréplica para Bolsonaro.
Ciro Gomes, ao ouvir uma pergunta da jornalista Tatiana Farah sobre o movimento do voto útil, reagiu com com rispidez. “Se o PDT apoiar Lula no 2º turno, o senhor sai do partido?”, perguntou ela.
Na resposta, Ciro decretou a “morte do jornalismo”.
Terceiro bloco do debate
Padre Kelmon perguntou se Simone Tebet, que se considera feminista, apoiará o aborto.
Ao responder, ela disse que o conceito de feminista do padre é diferente do dela, mas foi interrompida pelo candidato do PTB, e pediu para ser respeitada.
“Eu sou contra o aborto, mas isso não me faz menos feminista”, disse Tebet, que afirmou apoiar a igualdade entre homens e mulheres, como equidade salarial, por exemplo.
Kelmon, rebateu dizendo que ela se contradisse porque “as feministas apoiam o aborto incondicionalmente”.
“O feminismo no Brasil não deve ser entendido como uma pauta de esquerda, mas uma pauta cristã”, continuou ela, que disse ainda que teria dúvidas se confessaria com o padre.
Kelmon também questionou se Ciro Gomes se comprometeria a assinar um “pacto pela vida” contra o aborto.
Ciro respondeu dizendo que está concentrado em programa de renda mínima, problema do endividamento e em fazer uma revolução pedagógica da educação.
Ele disse ainda que o poder do presidente na questão aborto é nenhum. “É um assunto que envolve aspectos religiosos, morais. Aborto para nós é uma tragédia. A questão não é essa, a questão é o papel do estado e confesso que a legislação como está é o alcance possível”, disse.
Quarto bloco do debate
Soraya Thronicke se enrolou ao responder uma pergunta sobre armamento. Ela disse que vai munir mulheres com armas não letais para que elas possam se defender e conseguir fugir do local de agressão. Ela acredita que, dessa forma, diminuiria o feminicídio que é uma das consequências do armamentismo.
Ela disse no entanto que é preciso “exigir” das pessoas que tem posse e porte de arma de fogo para que “tenham responsabilidade”.
Padre Kelmon, ao ser questionado sobre a importância da política de cotas contra as desigualdades, disse que isso parece um ‘pregamento’ para levar o brasileiro a odiar o próprio brasileiro.
O candidato do PTB disse que “negros não precisam de subterfúgios pois cada um é capaz de mostrar que tem capacidade” de conseguir uma vaga na universidade por mérito próprio.