Contas de miliciano foram usadas em ‘rachadinha’ de Flávio Bolsonaro
O esquema chamado de 'rachadinha' se baseia em coagir servidores a devolver parte do salário para os parlamentares
Segundo o Ministério Público de Rio de Janeiro (MP-RJ), o policial militar aposentado Fabrício Queiroz usou empresas controladas pelo ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, o Capitão Adriano, apontado como chefe de uma das maiores milícias do RJ, o Escritório do Crime, para lavar dinheiro obtido pelo esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj), Flávio Bolsonaro (sem partido), atualmente senador.
Ex-assessor de Flávio e amigo da família do presidente, Queiroz foi preso na manhã desta quinta-feira em Atibaia, no interior de São Paulo, em uma operação conjunta do Ministério Público do Rio de Janeiro e do Ministério Público de São Paulo. Capitão Adriano foi morto em fevereiro em confronto com a polícia no interior da Bahia.
O esquema chamado de “rachadinha” se baseia em coagir servidores a devolver parte do salário para os parlamentares.
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A informação veio no pedido de medidas cautelares que resultou na operação deflagrada, nesta terça-feira, 17 quando endereços ligados a Queiroz e ao filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram alvo de mandados de busca e apreensão.
Adriano, transferiu para Fabrício Queiroz quase 20% dos salários recebidos no gabinete do então deputado estadual, Flávio Bolsonaro, segundo o MP-RJ, com base em dados da quebra de sigilo bancário e fiscal de Queiroz e da mulher do chefe do Escritório do Crime, Danielle Mendonça da Nóbrega, ex-assessora do filho do presidente, no gabinete, na Alerj.
Danielle e a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães receberam um total de R$ 1,029 milhão em salários na Alerj, segundo a investigação. Deste montante, o total repassado por Danielle e Raimunda “direta ou indiretamente” para a conta bancária de Queiroz chegou a R$ 203.002,57, o equivalente a 19,7% dos salários, de acordo com o MP.
Ainda segundo o MP-RJ, desses mais de R$ 203 mil, R$ 115 mil foram repassados por intermédio de contas bancárias controladas por Adriano, de acordo com o Ministério Público.
Foram usadas contas em nome de dois restaurantes da família do miliciano e de sua mãe, em período anterior à nomeação dela no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Para o MP, a nomeação de parentes de Adriano da Nóbrega para o gabinete de Flávio Bolsonaro acabou “transferindo, assim, ainda que indiretamente, recursos públicos para o acusado de integrar milícia, por intermédio de seus familiares que figuravam como ‘funcionários fantasmas’ na Alerj”.