Depois ser constrangido em shopping de SP músico negro será indenizado

Recentemente, dois casos de racismo em estabelecimentos comerciais de São Paulo trouxeram de volta o debate sobre a existência e a punição de crimes de racismo no Brasil

Segundo relatos, proprietário do restaurante Dueto Bar cometeu crime de racismo
Segundo relatos, proprietário do restaurante Dueto Bar cometeu crime de racismo

Em agosto deste ano, Adriana Alves denunciou uma situação de racismo no Dueto Bar. Ela é geóloga e professora da USP e foi comemorar o aniversário no restaurante, que fica próximo da universidade.

Ela declarou ao site Mundo Negro que frequentava o lugar há quatro anos, mas nunca havia conversado com o proprietário holandês, Peter.

Segundo Adriana Alves, ele aproximou-se e perguntou se os dentes eram de verdade, pois eram brancos. Depois foi questionada sobre a depilação, quando o proprietário afirmou que “os de baixo devem ser duros como as de cabeça”.

As informações são da Revista Fórum.

Shopping

Em 2010, o músico cubano, Pedro Bandera, 39, sofreu constrangimento indevido no shopping Cidade Jardim. Ele é músico e estava procurando o local de sua apresentação quando foi abordado por seguranças do centro comercial, imobilizado e levado até o estacionamento.

Somente quando os seguranças viram um táxi com instrumentos e outros músicos que Pedro Bandera foi solto.

O músico entrou na Justiça e ganhou indenização de R$ 6.780 por danos morais. As informações são da Folha de S. Paulo.

Como denunciar?

A pessoa que sofrer crime de racismo deve dirigir-se à delegacia mais próxima e realizar um Boletim de Ocorrência. É importante descrever detalhes da situação, nome do autor do crime e se possível apresentar provas e testemunhas. Em caso de agressão física, é preciso realizar Exame de Corpo e Delito.

Na internet, os casos de racismo podem ser denunciados aqui.

Também é possível procurar a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, no disque-denúncia número 100 ou email para denuncia.ddh@dpf.gov.br.

Em São Paulo, já existe uma delegacia especializada em crimes de raciais e de intolerância, a DECRADI( Brigadeiro Tobias, 527, 3º Andar, Luz. Telefone, 11- 3311-3557, e-mail decradi@policiacivil.sp.gov.br).

O Ministério Público (estadual e federal) e a Defensoria Pública também tem departamentos especializados no combate aos crimes de ódio.