Crivella diz que Museu Nacional será reconstruído após incêndio
Prefeito do Rio de Janeiro falou em "recompor cada detalhe" dos itens perdidos, "ainda que não seja o original"
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), gerou revolta nas redes sociais na noite deste domingo, 2. Em nota oficial emitida em suas contas na web, o político comentou sobre o incêndio no Museu Nacional e afirmou ser um dever “reconstruí-lo das cinzas”. Crivella ainda salientou que irá “recompor cada detalhe eternizado em pinturas e fotos, ainda que não seja o original”.
A fala do prefeito foi um tanto indigesta para parte dos internautas que o seguem nas redes sociais, uma vez que diversos itens destruídos não poderiam ser recuperados. Um dos seguidores questionou por onde Crivella iria começar. “Pelos fósseis de milhares de anos? Pelas Múmias egípcias de milhares de anos? Por incontáveis horas de pesquisa perdidas?”, perguntou na publicação. A equipe do prefeito respondeu: “(…) foi uma tragédia e a maior parte foi consumido, mas o próprio palacete é um monumento a história do Brasil que sim pode ser reconstruído”.
Outro internauta, indignado com a fala do prefeito, afirmou que não se reconstrói informação paleontológica de fósseis. Crivella, então, preferiu deixar claro que em nenhum momento falou do acervo, mas fez referência ao monumento e à arquitetura do museu: “Em qual parte da nota Crivella falou de reconstruir o acervo? Se atente que o Palacete é um monumento a nossa história, esse pode ser reconstruído”, afirmou.
Confira abaixo a publicação de Crivella na íntegra:
“Trágico incidente que destruiu um palácio marcante da nossa história. É um dever nacional reconstruí-lo das cinzas, recompor cada detalhe eternizado em pinturas e fotos e ainda que não seja o original continuará a ser para sempre a lembrança da família imperial que nos deu a independência, o império, a primeira constituição e a unidade nacional.”
O incêndio e as eleições 2018
Na manhã desta segunda-feira, 3, a maioria dos candidatos à presidência das eleições 2018 já havia se manifestado sobre a catástrofe no Rio de Janeiro.
Marina Silva (REDE) comparou o incêndio no Museu Nacional a uma “lobotomia” feita na memória do povo brasileiro. Guilherme Boulos (PSOL) culpabilizou os cortes do presidente Michel Temer (MDB) em recursos de cultura. Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a destruição do museu “agride a identidade nacional”. Fernando Haddad (PT) considerou lamentável o descaso com o patrimônio histórico. O candidato Ciro Gomes (PDT) compartilhou uma campanha que pede para que frequentadores do museu enviem imagens de acervo aos estudantes de museologia da UNIRIO. Enquanto que Jair Bolsonaro (PSL) disse estar de luto.