Deputado protocola pedido de impeachment de Bolsonaro

O autor, Leandro Grass (Rede), cita na justificativa o recente apoio do presidente aos protestos de domingo, 15, em meio ao coronavírus

Bolsonaro faz ataques frequentes à imprensa
Créditos: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Bolsonaro faz ataques frequentes à imprensa

O presidente Jair Bolsonaro é alvo de um pedido de impeachment por crime de responsabilidade, apresentado pelo deputado do Distrito Federal (DF), Leandro Grass (Rede), nesta terça-feira, 17. O documento foi protocolado na Secretaria Geral da Mesa.

Entre os motivos ressaltados, estão os ataques do chefe do Executivo contra a imprensa brasileira e aos poderes, além do recente apoio aos protestos do último domingo, 15, contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na data, Bolsonaro deveria estar em quarentena por ter a possibilidade de ter contraído coronavírus, mas compareceu a uma das manifestações e teve contato físico com os apoiadores, contrariando orientações do Ministério da Saúde e e da Organização Mundial da Saúde (OMS). O autor do pedido ressalta que essa postura é criminosa.

No texto, o deputado cita também “o envolvimento da família do Presidente com milícias do Estado do Rio de Janeiro, inclusive tendo exaltado policiais que hoje são condenados pela Justiça. Ademais, o Presidente jamais explicou os empréstimos de Fabrício Queiroz à sua esposa, nem mesmo as denúncias de servidores fantasmas, enquanto era Deputado Federal”.

“Desde que sentou na cadeira da Presidência da República, em janeiro de 2019, Bolsonaro vem praticando uma série de atos incompatíveis com o decoro que o cargo que ele ocupa exige. O país hoje está em crise econômica, estamos passando por uma crise mundial de saúde e ele ignorando os protocolos e colocando a população em risco. O Brasil não tem condições de superar essas crises com Bolsonaro na presidência. Ou ele, ou o povo”, declarou o parlamentar.

No documento, de 26 páginas, o deputado evidencia, em anexo, as declarações do presidente por escrito, pedindo que ele perca o cargo e não esteja habilitado para assumir função pública no futuro.

Após apresentado o pedido, cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acatá-lo ou não. Caso aprovado, é criada uma comissão especial para tratar do caso. Então, se for aprovado por maioria na Câmara, é encaminhado para apreciação do Senado.

Veja aqui a íntegra do pedido, obtido pelo Congresso em Foco.