Detenta dá à luz em solitária e diretora de presídio é afastada por “indignidade humana”

Viciada em crack, mulher foi presa em abril acusada de tráfico de drogas

No último dia 11 de outubro, uma detenta da Penitenciária Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, deu à luz enquanto se encontrava reclusa numa solitária, sozinha, apesar dos gritos de socorro de outras internas próximas à cela. Segundo testemunhas, a mulher saiu com o bebê no colo, preso ao cordão umbilical. O episódio afastou a diretora do presídio, Andreia Oliveira, sob acusação de “indignidade humana inaceitável”, conforme a nota divulgada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ – RJ).

População carcerária feminina reúne 36 mil internas em todo Brasil

O ocorrido, que ganhou repercussão em todo Brasil apenas na última segunda-feira, 26 de outubro, gerou pedidos de esclarecimento da presidente Comissão de Segurança Pública e vice-presidente da Comissão de Direitos da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada Martha Rocha.

Após ser atendida em um hospital próximo à penitenciária, a presa voltou ao isolamento enquanto a criança foi encaminhada um abrigo; apesar disso, a unidade prisional conta com um setor de maternidade onde as internas podem cuidar dos recém-nascidos por,  ao menos, seis meses.

Negligência?

De acordo com informações da Agência Brasil, denúncias das detentas revelam que esta não é a primeira ocorrência de partos dentro das celas. As internas culpam a demora no serviço de escolta, que levam às gestantes ao hospital, refletindo a precariedade do atendimento à população carcerária em todo o país.

 Crise de abstinência 

Em nota, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou que a detenta estava em crise de abstinência, sem consciência de que estava em trabalho de parto”.