Diversidade: Sophia, 2, escolhe boneca negra e rebate vendedora

04/04/2017 13:59

Representatividade é um assunto que discutimos com frequência no Catraquinha – clique aqui para ler algumas matérias sobre o tema. Porém, apesar de sua importância, o conceito nem sempre é fácil de entender, principalmente para adultos que já introjetaram a influência da cultura em seu comportamento.

Uma menina de dois anos, Sophia Benner, da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, já assimilou melhor do que muitos adultos qual o papel da representatividade na construção de sua identidade. Ela mostrou que o conceito vai muito além de simplesmente escolher bonecas que se pareçam com ela, mas sim respeitar, reconhecer e empatizar com a diversidade.

Ao entrar em uma loja de brinquedos com os pais – Brandi e Nick Benner -, para escolher uma boneca, a menina soube muito bem explicar porque queria uma que fosse “diferente”. A pequena tem a pele clara e os cabelos loiros, e escolheu uma boneca negra e de cabelos escuros, contrariando as orientações da vendedora.

“Tem certeza que é essa que você quer, querida? Temos muitas outras que se parecem mais com você”, disse a lojista.

Com apenas dois anos, Sophia rebateu a vendedora que queria vender algo ‘mais parecido’ com ela, e escolheu uma boneca negra.
Com apenas dois anos, Sophia rebateu a vendedora que queria vender algo ‘mais parecido’ com ela, e escolheu uma boneca negra.

Diversidade na infância

Sophia, então, deu à vendedora uma aula sobre assimilação do outro, mostrando que reflexões como esta podem, sim, fazer parte dos interesses da criança.

“Sim, ela se parece comigo. Ela é uma médica, como eu sou uma médica. Eu sou uma menina bonita, e ela é uma menina bonita. Você vê o cabelo bonito dela? E o estetoscópio dela?”, respondeu Sophia.

A mãe, Brandi, compartilhou a reação da menina no Facebook na última sexta-feira, 31 de março. Até o momento, o relato já ultrapassa os 180 mil compartilhamentos, e conta com mais de 470 mil curtidas.

O post se tornou uma verdadeira vitrine de reflexões sobre a construção social do preconceito, dos padrões estético-normativos e da autoimagem, não só na infância, mas ao longo de toda a vida. “Eu nunca pensei que pudesse atingir tantas pessoas, era para ser um post somente para minha família e amigos”, contou a mãe, surpresa, na publicação seguinte.


  • “A boneca é importante porque é a linguagem da criança, é a assimilação do que está à sua volta” – Nina Veiga, educadora e pesquisadora de cultura da infância.

Sophia, com sua mais nova companheira de brincadeiras.
Sophia, com sua mais nova companheira de brincadeiras.

A postura da pequena não só demonstrou que diversidade importa, sim, na hora de escolher os brinquedos, como também convenceu a vendedora sobre a importância de combater os padrões de beleza.

“Essa experiência só confirmou a minha crença de que não nascemos com a ideia de que a cor da pele importa. A pele vem em diferentes cores, como o cabelo e os olhos, e cada tom tem a sua beleza”, concluiu a mãe na publicação. “Eu só quero ensinar amor a ela, e isso inclui as minhas próprias ações”, disse.

*Com informações de CNN

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