Dupla faz série com as histórias e memórias dos moradores da Lapa
Documentaristas saem às ruas de São Paulo com uma câmera na mão para escutar e registrar a história dos moradores da cidade
“Olá, boa tarde. Estamos fazendo um projeto sobre as ruas daqui do bairro. O senhor toparia conversar comigo?“.
No ano passado, as amigas e documentaristas Sheila Calgaro, 31, e Simone Castro, 35, iniciaram um projeto no qual saem às ruas da capital paulista com uma câmera na mão a fim de escutar e registrar as memórias e histórias dos moradores da cidade.
Sem planejar, elas abordam as pessoas na rua para entender a relação delas com o lugar em que vivem.
- Cineclube ELCV promove exibição gratuita de curtas-metragens andreenses
- Trovadores Urbanos fazem cortejo musical na Feira Literária de Ribeirão Pires
- 5 restaurantes ao ar livre para curtir e se deliciar em SP
- Descubra Colônia del Sacramento patrimônio histórico do Uruguai
A primeira experiência do projeto de núcleo audiovisual Ouvidoria ocorreu em maio passado, quando a dupla foi à Lapa, zona oeste da cidade, para conversar com os vizinhos que moram nas ruas poéticas do bairro, como a Cantiga do Desencontro e a Sinfonia Branca, nomes que também são títulos de obras do poeta paulistano Paulo Bomfim.
“Sempre acreditei que todo mundo tem uma história pra contar, mas pouca gente está disposta a ouvir”, diz Sheila ao Catraca Livre.
A ideia do projeto surgiu depois que as documentaristas se mudaram para São Paulo. Ambas estudaram jornalismo numa universidade em Santa Catarina e trabalharam juntas com documentário e história oral. Na capital paulista, elas retomaram o desejo de continuar trabalhando no mapeamento de memórias, como dizem.
Um dos entrevistados da série é o Seu Francisco, morador da rua Tempo Reverso. “Cada rua aqui tem um nome esquisito”, comenta. “Mas ninguém pergunta nada [sobre o nome da rua]. Está todo mundo interessado na política. Na falta de dinheiro. Só isso”.
Além deste, outros sete episódios feitos com moradores do bairro estão sendo veiculados semanalmente até dia 30 de maio na página do projeto. Depois, as documentaristas irão gravar uma nova série em outra região da cidade. Provavelmente Paralheiros (zona sul) ou Penha (zona leste).
Sessão pública e gratuita
Neste sábado, 13, às 14h, todos os episódios da série “Lapa” serão exibidos no mesmo lugar onde as histórias foram registradas. A exibição acontecerá em frente a Escola da Tia Lilita, na Rua Sinfonia Branca, 155, a partir das 15h30, com café, bolos e quitutes.
Às 14h30, o coletivo SampaPé! vai realizar uma caminhada pelas ruas que protagonizam os episódios, lendo as poesias que inspiraram seus nomes e contextualizando algumas histórias do local.
Veja também: