Em meio à crise, Casa do Zezinho reduz quase metade de suas vagas

"Coloquei a boca no mundo pra dizer que preciso de ajuda”, diz Tia Dag, fundadora da ONG

Por: Fernanda Miranda

A Casa do Zezinho pede socorro. Neste ano, um corte de patrocínio significativo na ONG obrigou o espaço a reduzir algumas atividades educacionais e o número de vagas disponíveis. Dos 1.500 atendidos até o ano passado, 600 precisaram ser cortados.

Referência no país, o projeto social funciona há 23 anos a poucas quadras do metrô Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, atendendo crianças, jovens e idosos em situações de alta vulnerabilidade social.

“Mantivemos os que tinham maior necessidade de estar lá”, explica a fundadora da ONG, a psicopedagoga Dagmar Rivieri Garroux, a Tia Dag, de 63 anos.

Casa do Zezinho foi criada há 23 anos e já atendeu mais de 20 mil pessoas

A maior parte do orçamento da Casa do Zezinho vem do patrocínio de empresas parceiras, segundo dados divulgados no jornal Estadão. Eram 21 no ano passado, agora são 15. Neste ano, o projeto vem trabalhando com 40% a menos de investimento.

Apesar da redução, Tia Dag garante que essa é apenas uma má fase. “Não gosto de falar em fechamento. Alguns projetos estão apenas ‘adormecidos’, porque eu vou voltar. Coloquei a boca no mundo pra dizer que preciso de ajuda”, conta.

Entre as atividades adormecidas está o Projeto Vagalume, um curso noturno para jovens e adultos que ensina gastronomia, contabilidade, além de curso preparatório para vestibular e aulas de inglês. “Muitos que fizeram esse curso entraram em faculdades federais e estaduais. Como tudo aqui, essa atividade tinha muita qualidade”, lamenta.

A formação de orquestra e oficinas voltadas para o público jovem também deixaram de funcionar. Já o projeto de saúde comunitária teve de ser reduzido. “Não vejo a hora de ‘acordar’ todas essas atividades. Não vou desistir facilmente”, diz, esperançosa.

Do golpe militar à democracia

O envolvimento de Tia Dag em projetos sociais se deu no início dos anos 1970. Em plena ditadura militar, ela recebia em sua casa filhos de refugiados políticos oriundos de outros países e também crianças que viviam em favelas, como a Favela do Fede, no Morro da Lua, zona sul da capital paulista. “Eu colocava todo mundo pra conviver junto”, conta.

Diante desse auxílio, sua casa ficou pequena. Dagmar decidiu então investir em um espaço maior. Assim nascia, há 23 anos, a Casa do Zezinho. Desde então, o projeto atua com pessoas em situação de alta vulnerabilidade social e baixa renda, para que elas superem suas limitações e criem condições por meio da arte, educação e cultura.

Como ajudar

Existem várias formas de ajudar a Casa do Zezinho. Veja como:

Kickante

Campanha no site de financiamento coletivo Kickante acontece até o dia 17 de maio e aceita doações a partir de R$ 10. Doação traz recompensas como camiseta, curso e palestra. Doe aqui.

Transferência para conta em banco

Faça doações de qualquer valor e deposite em uma das contas do projeto social nos bancos Bradesco, Itaú ou Banco do Brasil. Saiba mais aqui.

Doe seu cupom fiscal

A principal vantagem de realizar esta doação é que, normalmente, os cupons fiscais emitidos nos caixas (sem CPF) não são utilizados para nenhuma outra finalidade e acabam no lixo, por não terem mais nenhuma função. Saiba mais aqui.

Seja um associado

Colabore mensalmente para os gastos com água, luz, materiais de limpeza e higiene, além de ajudar a manter a folha de pagamento. Saiba mais aqui.

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