Em um ano, pobreza extrema cresceu 35% na Grande São Paulo

Segundo pesquisa recente sobre tema, índice de extrema pobreza teve acréscimo de 180 mil pessoas em um ano e atinge, sobretudo, a população negra

Tida como o maior polo de riqueza do Brasil, a região metropolitana de São Paulo tem, em 2018, mais de 700 mil pessoas vivendo em situação de extrema pobreza.

Desde 2016, o número aumentou 35% – equivalente a 180 mil pessoas a mais – segundo levantamento realizado pela LCA Consultoria, com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado levou em conta a linha de corte do Banco Mundial, que considera extrema pobreza quem recebe equivalente a 1,90 US$ de renda domiciliar per capita por dia. Equivalente a R$ 136 por mês.

Além da Grande São Paulo, aumento da extrema pobreza aconteceu em todos grandes centros urbanos do país, segundo levantamento
Créditos: Getty Images/iStockphoto
Além da Grande São Paulo, aumento da extrema pobreza aconteceu em todos grandes centros urbanos do país, segundo levantamento

Negros sofrem mais com a extrema pobreza 

Para Cosmo Donato, responsável pela elaboração da pesquisa, apesar da redução da taxa de desemprego na região, o crescimento da extrema pobreza expõe uma realidade do mercado de trabalho no Brasil: as ofertas não beneficiaram a população socialmente mais vulnerável. “Estamos falando de pessoas que muitas vezes não conseguem se inserir nem na informalidade. É um problema mais estrutural. São pessoas com baixa qualificação, produtividade, e que conseguiram emprego no passado, porque havia superaquecimento do mercado de trabalho. É um dado que não melhora com a recuperação cíclica do mercado de trabalho, vai exigir políticas sociais”.

Destaca-se, também, que o aumento da miséria impactou, sobretudo, a população negra da Grande São Paulo. Neste caso, o número de pessoas vivendo em condição de extrema pobreza aumentou 61% no ano passado.

O mesmo não é visto entre a população branca, cuja condição impactou 13, 6%. Confira mais informações sobre o levantamento no site do jornal Valor Econômico. 

Leia também: