Enviados por Bolsonaro ao Ceará defendem no palanque motim de PMs

A prática de greve por policiais é considerada ilegal pela Constituição Federal, mas um líder da Força Nacional elogiou o movimento dos PMs

Embora o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha oficialmente repudiação a paralisação de PMs (policiais militares) no Ceará, líderes do poder executivo nacional enviados aos estado para conter a crise na segurança, subiram em palanques e defenderam o motim de policiais. As informações foram obtidas pelo portal UOL.

Enviados por Bolsonaro ao Ceará defendem no palanque motim de PMs
Créditos: Reprodução
Enviados por Bolsonaro ao Ceará defendem no palanque motim de PMs

A prática de greve por policiais é considerada ilegal pela Constituição Federal, mas enviados ao Ceará pelo governo Bolsonaro foram filmados discursando em palanques, a convite dos amotinados, tecendo elogios ao movimento.

Um deles foi o diretor da Força Nacional de Segurança Pública, o coronel Aginaldo de Oliveira. Ele pediu o fim do motim que ocupou quartéis no estado, mas enalteceu a ação dos policiais.

“Encerrando essa paralisação hoje, podem ter certeza que vão sair do tamanho do Brasil. Vocês já são grandes, já são corajosos: é muita coragem fazer o que os senhores estão fazendo, não é pra todo mundo”, disse o militar, ao lado de líderes do motim, inclusive um que vestia uma camiseta com o rosto de Bolsonaro estampado.

O coronel Aginaldo de Oliveira, é casado com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e integra o quadro da PM do Ceará, mas foi nomeado para a Força Nacional, em janeiro de 2019.

O coronel ainda afirmou aos militares que “os covardes nunca tentam, e os fracos ficam no meio do caminho. Só os fortes conseguem atingir os seus objetivos. E vocês estão atingindo os seus objetivos. Vocês movimentaram toda uma comissão de poderes constitucionais do estado cearense e do estado brasileiro. O senhores se agigantaram de uma forma que não têm tamanho, que é do tamanho do Brasil que vocês representam”.

Oliveira ainda defendeu que os militares voltassem ao trabalho motivados por interesses particulares e não do conjunto da população cearense. “São centenas de mortes. Se os senhores não voltarem, essas mortes não cessarão e atingirão nossos amigos, familiares, nossos entes queridos e pessoas inocentes; e acredito que nenhum de vocês quer isso”, afirmou.

“Vocês são gigantes, vocês são monstros, são corajosos; demonstraram isso nos 10, 11, 12 dias que estão aqui dentro desse quartel em busca de melhoria da classe —e vão conseguir. É sem palavras para dizer o tamanho da coragem que vocês estão tendo esses dias. Façam o melhor para a nação cearense e para a nação brasileira”, disse o enviado pelo governo federal para auxiliar as negociações pelo fim do motim.

O motim que foi considerado ilegal pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, durou cerca de 13 dias e terminou na noite do domingo, 1º.