5 vezes que foram escrotos com entregadores durante a pandemia

Além dos profissionais de saúde, os entregadores deixaram a sua marca na pandemia

28/09/2021 15:29

Na noite do último domingo, 26, um médico foi armado à uma pizzaria em Brasília para reclamar da demora na entrega da comida. O único problema do pedido, feito por meio de aplicativo, é que ele deu o endereço errado.

O proprietário sugeriu que, como já estava lá, o cliente levasse a pizza para casa. O homem ficou irritado e exigiu que fosse entregue em sua residência.

Ele não recebeu a pizza por ter dado o endereço errado
Ele não recebeu a pizza por ter dado o endereço errado - Reprodução

Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram o momento em que o homem saca a arma da cintura e coloca em cima do balcão.

“Eu pedi calma e disse que não precisava tomar aquela atitude”, contou o dono do estabelecimento ao “Correio Braziliense”. “Foi uma situação absurdamente desproporcional. Se alguém errou ali, foi ele em não atualizar o endereço.”

Depois de pegar as pizzas, ele se desculpou e saiu. “A PM chegou na hora em que o médico saía de carro. Os militares o seguiram, mas o perderam de vista”, disse.

Esse foi só mais um caso no Brasil.

Desrespeito aos entregadores

Entregador foi vítima de racismo em Valinhos (SP)
Entregador foi vítima de racismo em Valinhos (SP) - Reprodução

Além dos profissionais de saúde, os entregadores deixaram a sua marca durante a pandemia, colaborando para que muitas pessoas pudessem permanecer em casa.

Esse protagonismo veio acompanhado de cenas lamentáveis, humilhações e flagrantes de racismo. Abaixo, relembre alguns desses casos emblemáticos.

‘Pago R$ 140 mil de aluguel para motoboy sentar aqui?’

O sócio do restaurante Abbraccio no Distrito Federal discutiu com um entregador
O sócio do restaurante Abbraccio no Distrito Federal discutiu com um entregador - Reprodução

O sócio do restaurante Abbraccio no Distrito Federal discutiu, em julho deste ano, com um entregador que estava carregando o celular em uma área usada como ponto de recarga e de espera dos pedidos.

“Ele começou a falar que não era pra usar a tomada e se exaltar. A gente se sente humilhado, né?”, comentou o entregador.

Entregador vítima de racismo em Valinhos

Em agosto de 2020, o motoboy Mateus Pires registrou boletim de ocorrência por ataques racistas do contabilista Mateus Abreu Almeida Prado Couto.

“O que ele faz é para se mostrar superior. Teve um momento em que ele cuspiu em mim, jogou a nota no chão e disse que eu era lixo”, disse. “Na frente da polícia, ele continuou com as agressões, me chamou de favelado.”

Reveja o caso:

‘Esse preto não vai entrar no prédio’

Em outubro de 2020, a hamburgueria Ham Burger, em Goiânia (GO), denunciou nas redes sociais, o caso de racismo em que uma cliente teria proibido a entrada do entregador por ele ser negro.

A mulher ainda teria mandado diversas mensagens racistas, por meio do aplicativo de entregas: “Eu não vou permitir esse macaco”.

Cliente teria proibido a entrada do entregador por ele ser negro.
Cliente teria proibido a entrada do entregador por ele ser negro. - Reprodução

“Esse preto não vai entrar no meu condomínio. Mandar outro motoboy que seja branco”, escreveu a cliente.

Morador aplicava golpes em entregadores

Em fevereiro deste ano, um grupo de motoboys que trabalham com entregas para aplicativos de comida invadiu uma casa e depredou o carro de um morador de Bauru, no interior de São Paulo.

De acordo com o grupo, a motivação para a revolta se deu porque o cliente aplicava golpes para não pagar pelos pedidos que realizava.