Esquerda tornou cidadão ‘normal’ uma exceção, diz nota do BB
Para presidente do BB, empoderar é caracterizar o cidadão 'normal' como exceção
Neste sábado, 27, o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, enviou um comunicado à BBC sobre a polêmica envolvendo a retirada da campanha publicitária do BB. Segundo Novaes, “o povo majoritariamente conservador fez uma clara opção no sentido de rejeitar a sociedade alternativa que os meios de comunicação procuravam nos impor”.
Na quinta-feira, 25, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vetou uma campanha publicitária realizada pelo Banco do Brasil que tem como pano de fundo a diversidade étnica e cultural. A campanha é majoritariamente formada por atores e atrizes negros e dirigida aos jovens, um dos públicos que o Banco do Brasil visa atrair.
Na tarde de hoje, depois de sair do almoço de aniversário de Walton Alencar, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bolsonaro disse que está “namorando” Rodrigo Maia (DEM-RJ) e também falou com a imprensa sobre a questão.
- Carlos Bolsonaro engravidou ex-secretária de ministério, diz colunista
- Veja como foi o debate do 2º turno entre Lula e Bolsonaro na Globo
- Bolsonaro diz que ‘governador que fechar estado’ deverá bancar auxílio emergencial
- Enem: Bolsonaro diz que questão sobre salários de Neymar e Marta é ‘ridícula’
“O pessoal sabe que eu tive uma agenda conservadora, defendo a maioria da população brasileira, seus comportamentos, a tradição judaico-cristã”, disse o presidente. “E não queremos impedir nada. Quem quiser fazer diferente do que a maioria quer, não faça com a verba pública.”
Abaixo, leia posicionamento de Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, enviado por escrito por meio da assessoria de imprensa da instituição à BBC News Brasil:
“O episódio da retirada do filme produzido para a propaganda do BB para a abertura de contas digitais pelo público jovem tem que ser visto em um contexto mais amplo em que se discute a questão da diversidade no país.
Durante décadas, a esquerda brasileira deflagrou uma guerra cultural tentando confrontar pobres e ricos, negros e brancos, mulheres e homens, homo e heterossexuais etc, etc. O “empoderamento” de minorias era o instrumento acionado em diversas manifestações culturais: novelas, filmes, exposições de arte etc., onde se procurava caracterizar o cidadão “normal” como a exceção e a exceção como regra.
Nas últimas eleições, diferentes visões do mundo se confrontaram e um povo majoritariamente conservador fez uma clara opção no sentido de rejeitar a sociedade alternativa que os meios de comunicação procuravam nos impor.
É este o pano de fundo para nossos debates atuais.”