‘Essa negraiada vai morrer’, diz eleitor de Bolsonaro em vídeo
O estudante de direito acabou sendo demitido do escritório em que trabalhava após a repercussão do vídeo na web
Viralizou nas redes sociais e em grupos de WhatsApp nesta segunda-feira, 29, o vídeo de um estudante de direito, apoiador do presidente eleito Jair Bolsonaro, em que o mesmo faz apologia à morte de negros e pessoas com ideologia de esquerda.
Na gravação de pouco mais de vinte segundos, o homem diz que está indo votar “ao som de Zezé [Di Camargo], armado com faca, pistola, o diabo, louco para ver um vadio, vagabundo com camiseta vermelha e já matar logo”.
Em seguida, o jovem de 25 anos, identificado como P.B.B, aponta a câmera da filmadora para fora de seu carro e diz: “tá vendo essa negraiada? Vai morrer! É capitão, caralho”.
Com a replicação da filmagem, o vídeo chegou à cúpula do escritório DDSA, que desligou o jovem de seus quadros imediatamente. Procurado, o estudante preferiu não comentar o caso.
Racismo é crime
Segundo o artigo 140 do parágrafo 3 do Código Penal Brasileiro, ofender a honra de qualquer pessoa com a utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem pode resultar em ação penal por injúria racial.
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado. A denúncia pode ser feita por e-mail ([email protected]), por telefone (0xx61 2025-7001 / 7002 / 7003 / 7004 / 7005) ou de forma presencial (endereço: Esplanada dos Ministérios, bloco A, 9º andar, CEP 70.054-906 – Brasília).
Homofobia
Também nesta segunda-feira, Catraca Livre mostrou em reportagem que, após o resultado das eleições no último domingo, 28, que culminou na vitória de Jair Bolsonaro, casos de ataques contra LGBTs praticados por bolsonaristas foram denunciados nas redes sociais.
Em dois deles, um homem promete pagar uma recompensa para quem “caçar e atirar em viadinho”, afirmando que está “liberada a caça legal de viadinhos” no Brasil. Outra postagem mostra uma mulher goiana que sugere a criação de um grupo de extermínio para LGBTs e reitera que “gay bom é gay morto”.