Estudante de 15 anos sofre ataques racistas de professor em Santos
No vídeo, professor diz que aluna é "feia" e tem "cabelo duro"
O professor da Escola Estadual Professora Alzira Martins Lichti, em Santos (SP), ofendeu uma aluna de 15 anos com comentários racistas, dizendo que ela é “feia”, “que o cabelo dela não mexe”, “que ela é preta” e que “a pele dela é feia porque ela é negra”.
A vítima estuda no 9º ano e disse ao G1 que decidiu tornar público o ocorrido por ter ficado mal e por ter sido errado o que o professor fez com ela. A mãe da menina disse que não havia motivos para que o docente ofendesse sua filha, já que ela nunca o desrespeitou.
Ainda segundo a mãe, as ofensas já foram proferidas antes, mas só agora foi gravado para comprovação. No vídeo, feito por outra aluna, o professor chama a vítima de “feia” e “cabelo duro”.
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O crime foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Santos e é investigado pela Polícia Civil. A Diretoria Regional de Ensino de Santos disse que repudia atos discriminatórios dentro e fora do ambiente escolar e que abriu uma apuração para averiguar o caso.
Racismo: saiba como denunciar e o que fazer em caso de preconceito
Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado, mas muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.
Pela internet
Para denunciar casos de racismo em páginas da internet ou em redes sociais, o usuário deve acessar o portal da Safernet e escolher o motivo da denúncia.
Além disso, é necessário enviar o link do site em que o crime foi cometido e fazer um comentário sobre o pedido. Após esses passos, será gerado um número de protocolo, que o usuário deve usar para acompanhar o processo.
Se atente em unir provas! O primeiro passo é tirar prints da tela para que você possa comprovar o crime e ter como denunciar. Depois, denuncie o usuário pelo serviço de denúncias da rede social em que ocorreu o ato.
Por telefone
O Disque 100 é serviço do Governo Federal para receber denúncias de violações de direitos humanos.
Desde 2015, o serviço conta com dois módulos novos: um que recebe denúncias de violações contra a juventude negra, mulher ou população negra em geral e outro específico para receber denúncias de violações contra comunidades quilombolas, de terreiros, ciganas e religiões de matriz africana.
O serviço também aceita denúncias online de discriminação ocorrida em material escrito, imagens ou qualquer outro tipo de representação de idéias ou teorias racistas disseminadas pela internet.
Delegacias
A denúncia contra crime de racismo pode ser feita em delegacias comuns e naquelas especializadas em crimes raciais e delitos de intolerância. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) cumprem essa função.
Atualmente, o Decradi está vinculado ao Departamento Estadual de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), em São Paulo, e ao Departamento Geral de Polícia Especializada da Polícia Civil, além de estar inserida no programa Delegacia Legal, no Rio.
Em outros estados, existem delegacias especializadas em crimes cometidos em meio eletrônico, que podem ser acionadas em situações de injúria racial virtual.
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