5 fake news bizarras sobre a guerra da Ucrânia

Presidente cantor, piloto fantasma, videogame, Kiev no Líbano e o mito do mito: como o conflito tem sido retratado pelas informações falsas

5 fake news bizarras sobre a guerra da Ucrânia
Créditos: Reprodução
5 fake news bizarras sobre a guerra da Ucrânia

Desde que as tropas russas invadiram a Ucrânia, um sem-número de imagens de conflitos e explosões apareceram nas redes sociais. Muitas delas são vídeos manipulados, forjados ou retirados do contexto original. Seja como for, a guerra contra as fake news está bem longe de acabar.

Selecionamos cinco das mais estranhas notícias falsas surgidas até agora sobre a crise ucraniana. Acompanhe e fique de olho: nem tudo é o que parece.

Presidente da Ucrânia cantor

Um vídeo que viralizou mundialmente mostra um homem, supostamente o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, e sua esposa, Olena Zelenska, cantando e tocando violão. As postagens circularam em inglês, português e espanhol.

“Lindo vídeo do Presidente da Ucrânia e sua esposa. Tomara que possam cantar esta música juntos brevemente”, dizia uma das postagens no Facebook. “Paz para a Ucrânia.”

5 Fake News mais bizarras sobre a guerra da Ucrânia
Créditos: Reprodução/Facebook
5 Fake News mais bizarras sobre a guerra da Ucrânia

A dupla, na verdade, é formada por Alejandro Manzano, vocalista da banda Boyce Avenue, e a cantora britânica Connie Talbot… e eles nem são tão parecidos assim com o casal ucraniano.

Fantasma de Kiev

Um herói da aeronáutica ucraniana nomeado apenas de “Fantasma de Kiev” estaria abatendo aviões russos sozinho desde o primeiro dia de guerra. A partir de então, toda e qualquer imagem de conflito aéreo passou a ser protagonizada pelo misterioso Ás da aviação.

O vídeo mais famoso do “fantasma” era produto de um jogo gratuito, o DCS World, disponível para PC. Mesmo desmascarado, muita gente ainda compartilha as imagens, garantindo ser do destemido defensor dos ares (mas não é).

Ucraniana pedindo Bolsonaro

Parece só um meme ou uma piada de mau gosto, visto que milhões de pessoas sofrem por causa da guerra neste momento, mas a montagem de uma jovem ucraniana segurando um cartaz lamentando que o seu país não seja governado por Jair Bolsonaro circulou nas redes sociais.

“Nós gostaríamos que Zelensky fosse Bolsonaro”, diz o cartaz; Putin também queria
Créditos: Reprodução/Redes Sociais
“Nós gostaríamos que Zelensky fosse Bolsonaro”, diz o cartaz; Putin também queria

A imagem, óbvio, é falsa. No entanto, tanta gente acreditou no “pedido comovente” da moça que a lorota teve que ser desmentida por agências de checagem, como “Aos Fatos”.

Se você acha absurdo que alguém realmente acredite nessa imagem, lembre-se de que, em setembro do ano passado, testemunhamos pessoas se abraçando e comemorando que o Brasil estava em estado de sítio.

Na imagem original está escrito no cartaz: “Salve a Ucrânia, pare ‘Putler’”, uma mistura dos sobrenomes do presidente russo e de Hitler. Há a possibilidade de que a jovem nem mesmo saiba da existência do presidente brasileiro.

Videogame “Arma 3”

Um vídeo que mostra um combate aéreo dramático era, na verdade, um trecho do game “Arma 3”. Esse caso enganou muita gente, inclusive órgãos de imprensa.

A imagem recebeu até uma legenda de “Breaking News” para ganhar credibilidade nas redes sociais. Bielorrússia, Estados Unidos, Índia, Itália e Brasil foram grandes propagadores desse vídeo.

Essa não foi a primeira vez que imagens de videogame enganaram as pessoas. Em 2021, a crise no Afeganistão também foi marcada por trechos de jogos eletrônicos usados como se fossem retratos reais de violência.

Beirute na Ucrânia

No dia 4 de agosto de 2020, uma explosão no porto de Beirute, capital do Líbano, deixou mais de 200 mortos e 6 mil feridos. A tragédia não é antiga e, por isso, deveria estar mais fresca nas nossas mentes, mas foi compartilhada como um ataque russo na Ucrânia.

Uma grande explosão no porto de Beirute, no Líbano
Créditos: reprodução/Twitter
Uma grande explosão no porto de Beirute, no Líbano

Como sabemos hoje, a detonação foi provocada por uma carregamento de fertilizantes armazenado inadequadamente, e não um bombardeio em reservatório de gasolina na Ucrânia, tal como divulgado recentemente pelas notícias falsas.

Na época, muitos libaneses registraram o ocorrido e compartilharam nas redes sociais, deixando um vasto material para futuras fake news.

Cuidado com o que divulga e com o que vê. Na dúvida, não compartilhe.