Falso massagista é preso após denúncia de abuso feita por influenciadora digital
Matheus se apresentava como homossexual ao oferecer seus serviços para que as vítimas não desconfiassem de suas verdadeiras intenções
Nesta última terça-feira, 20, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Matheus Calainho Cyranka, 26, um falso massagista que enganava influenciadoras para abusá-las sexualmente. Ele as abordava pela internet e fazia a proposta de uma permuta. Ele fazia o suposto serviço e elas tinham que divulgar nas redes. Porém, foi pego no pulo e está sendo acusado de abusar sexualmente das vítimas durante os procedimentos.
De acordo com a delegada Carolina Medeiros, da delegacia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, ao menos sete mulheres foram vítimas de Calainho, que foi preso preventivamente na última terça-feira, 19, na casa dele, no Recreio dos Bandeirantes, bairro vizinho.
“O crime pelo qual vai responder é de violação sexual mediante fraude, com pena de dois a seis anos de reclusão. Como até o presente momento, temos sete vítimas, ele pode ser condenado até 42 anos de prisão, mas acreditamos que mais vítimas vão aparecer”, disse a delegada a Universa.
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Segundo as investigações, Matheus se apresentava como homossexual ao oferecer seus serviços para que as vítimas não desconfiassem de suas verdadeiras intenções.
Relato de uma das vítimas
A influenciadora Bruna Wright, de 21 anos, foi uma das vítimas que denunciou o abuso à polícia, ela tem mais de 40 mil seguidores. Através do Instagram, a jovem falou sobre o caso ocorrido em dezembro para dar o alerta a outras mulheres.
Segundo o relato, Calainho a contatou via e-mail com uma suposta empresa de estética, oferecendo-a uma parceria. Ela aceitou e a sessão de massagem foi marcada para acontecer no apartamento da influenciadora, localizado na Barra da Tijuca.
Bruna estava em casa na companhia de uma amiga no dia, mas isso não foi suficiente para evitar o crime. De acordo com a própria, depois que sua amiga saiu do cômodo onde ocorria a massagem para tomar banho, iniciou o abuso.
“Ele começou a fazer massagem, comecei achar um pouco estranho, eis que olho pelo espelho, ele estava se masturbando enquanto fazia massagem em mim. Quando eu vi a situação, parti para cima dele, expulsei ele de casa, peguei a toalha e comecei a bater nele, ‘seu nojento, sai’. Ele foi embora muito rápido”, contou a jovem.
Ainda nas mensagens trocadas pelo celular para agendar o procedimento, o falso profissional recomendou que a sessão não fosse feita dentro do período menstrual para evitar desconforto.
Como denunciar caso de assédio sexual
Peça ajuda a quem estiver por perto e acione policiais que estiverem no local. Depois, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima. Casos assim não podem ser registrados por boletim de ocorrência online;
Guarde todas as informações que conseguir referentes ao assédio: anote o dia, horário e local, nome e contato de testemunhas, características do agressor, tire fotos, filme etc. Verifique também se há câmeras no local do crime, pois, a partir disso, as imagens poderão ser solicitadas. Quando fizer o boletim de ocorrência ou qualquer outro tipo de denúncia, é importante levar o maior número de provas do ocorrido. Isso inclui vídeos e fotos no celular, testemunhas, conversas em redes sociais, entre outras. As autoridades policiais precisam de material para conduzir a investigação e a depender do caso, repassar para o Ministério Público. Muitos casos não seguem por falta de provas ou falta de indícios de quem é o autor;
Infelizmente, é comum o uso de drogas como “Boa Noite Cinderela” e outras para que a vítima fique sonolenta e mais suscetível ao estupro. Caso o abuso tenha ocorrido através desta prática, é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é realizar o exame o quanto antes possível;
Você pode fazer uma denúncia pelos telefones da Polícia Militar (190) e do Disque 180;
É importante ressaltar que a autoridade policial não pode se recusar a registrar a ocorrência. Infelizmente, há casos em que a autoridade policial tenta dissuadir a vítima de fazer o boletim. Caso isso aconteça, registre uma reclamação na ouvidoria do órgão em que ocorreu a recusa. Sendo ineficaz, procure o Ministério Público local para denunciar a recusa e o crime. Para mais informações, clique aqui.