Flávio Bolsonaro alega risco sanitário para adiar CPI e vira piada
"Pra quê o açodamento?", alega o senador, que pede para que "todos sejam vacinados" antes da realização das reuniões.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) tentou impedir a instalação da CPI da Pandemia no Senado e virou piada na manhã desta terça-feira, 27. O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alegou risco de os senadores se contaminarem pela covid-19 por conta das sessões da comissão serem presencial.
No entanto, a preocupação do senador não condiz com suas ações. Recentemente, Flávio Bolsonaro foi destaque na mídia ao viajar para o Ceará, em plena pandemia, para fazer turismo. No resort luxuoso, ele deslocou o braço e precisou colocar uma tipoia, vestida por ele na reunião desta manhã.
O argumento do filho de Bolsonaro foi rebatido pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), escolhido para ser o relator da CPI da Covid. “Devemos comemorar a declaração do senador Flávio Bolsonaro. Afinal é a primeira vez que ele se preocupa com aglomeração. Deve estar deixando a posição negacionista da ciência”.
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Nas redes sociais, internautas debocharam do argumento de Flávio Bolsonaro e classificaram como ato de desespero.
“Gente, pera… Eu to passando mal. Meu Deus O Flávio Bolsonaro tentou impedir a CPI do Genocídio DEFENDENDO ISOLAMENTO SOCIAL A cara nem treme! A falta de vergonha na cara é descarada, é nesse nível mesmo”, escreveu o youtuber Felipe Neto no Twitter.
https://twitter.com/felipeneto/status/1387095686525722625
“Veja Flávio Bolsonaro chamar senadores abrindo a CPI de irresponsáveis, ao mesmo tempo em que ostenta o bronzeado obtido em suas férias no Ceará. Flávio Bolsonaro é filho de Jair, o supremo roteador de COVID”, ironizou outro internauta.
Fala machista
Flávio Bolsonaro deu uma declaração machista durante a instalação da CPI da Covid no Senado.
“Em primeiro lugar eu acho que as mulheres já foram mais respeitadas. Estão fora da CPI e não fazem nem questão de estar nela. Se conformam em acompanhar os trabalhos à distância”, afirmou o parlamentar.
CPI da Pandemia
A CPI da Pandemia vai investigar as ações do governo Jair Bolsonaro e o uso de verbas federais na pandemia de covid-19. A comissão será presidida pelo senador Omar Aziz (MDB-AM), que indicou Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria. O vice-presidente eleito é Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Omar Aziz recebeu oito votos, entre os 11 membros da comissão, e derrotou Eduardo Girão (Podemos-CE), que foi autor do requerimento que estendeu o foco de atuação da CPI da Pandemia para abranger a aplicação por estados e municípios dos recursos repassados pelo governo federal.
Em seu primeiro discurso, o presidente disse que “não haverá prejulgamentos” de sua parte.
“Essa CPI não pode servir para se vingar de absolutamente ninguém. Essa CPI tem que fazer justiça a milhares de órfãos que a covid está deixando”, afirmou Omar Aziz.